NO
DIA 29 DE JUNHO DE 1931 O PAPA PIO XI PUBLICOU A ENCÍCLICA "NON ABBIAMO
BISOGNO" CONTRA O FASCISMO ITALIANO DE MUSSOLINI:
https://w2.vatican.va/content/pius-xi/es/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19310629_non-abbiamo-bisogno.html
Embora o fascismo possua princípios louváveis, tais como o patriotismo, a disciplina e a hierarquia, faz do homem um escravo do Estado. Benito Mussolini declarou: “tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora
do Estado”.
Excerto do discurso de Benito Mussolini sobre o Estado Corporativo no dia 14 de dezembro 1933:
"É necessário além do partido único, um Estado totalitário, isto é, um Estado que absorve para transformar e fortalecer todas as energias, todos os interesses, todas as esperanças de um povo."
O fascismo é originalmente anticlerical, pois prega o “confisco de todos os bens das Congregações religiosas e a supressão de todos os rendimentos episcopais, que [segundo eles] constituem um déficit enorme para a Nação, e um privilégio para uma minoria” [As Origens do Fascismo, Ed. Perspectiva, 1976 - Robert Paris pg. 93].
“O Estado é soberano; e essa soberania não pode e nem deve ser abalada ou diminuída pela Igreja” [As Origens do Fascismo, Ed. Perspectiva, 1976 - Robert Paris pg. 97].
Na Encíclica Non Abbiamo Bisogno, o Papa Pio XI condena a perseguição dos dirigentes fascistas à Ação Católica por parte dos da ingerência do partido fascista na educação infantil em benefício de uma idolatria ao Estado:
“52. [...] Eis-nos, pois ante um conjunto de autênticas afirmações e de fatos não menos verídicos, que não deixam dúvida e ao propósito, já executado em grande parte, de monopolizar completamente a juventude desde os primeiros anos até à idade viril, em proveito pleno exclusivo de um partido, de um regime, sobre a base de uma ideologia que explicitamente se reúne numa verdadeira estatolatria pagã, em flagrante contradição tanto com os direitos naturais da família como os sobrenaturais da Igreja”.
“60. Uma concepção que torna dependentes do Estado as gerações juvenis, inteiramente e sem exceção, desde os primeiros anos até à virilidade, é inconciliável para um católico com a verdadeira doutrina católica; e não menos inconciliável com o direito natural da família. Para um católico é incompatível com a doutrina católica pretender que a Igreja, o papa, devam limitar-se às práticas exteriores da religião (a missa e os sacramentos), e que todo o restante da educação pertença totalmente ao Estado.”
Posteriormente na Encíclica Mit Brennender Sorge, o Papa Pio XI condena tanto a idolatria racial do nazismo, quanto a estatolatria do fascismo:
"12. Quem pega da raça, ou do povo, ou do Estado, ou da forma de Estado, ou dos senhores do poder, ou de qualquer outro valor essencial à comunidade humana - coisas que na cidade terrestre ocupam lugar honroso
e justo - para se deslocar da sua devida escala de valores e elevá-los ao pedestal onde os diviniza e lhes presta culto idólatra, - perverte e falsifica a ordem das coisas criadas e estabelecidas por Deus, está longe da
verdadeira fé em Deus e da concepção de vida correspondente a essa fé."
O Papa Pio XI na Quadragesimo Anno de número 116:
"O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como 'ação', se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente oposto à verdade cristã".
E por fim a Encíclica Summi Pontificatus, o Papa Pio XII condena a intromissão do Estado na esfera Eclesiástica:
51. Em todo o caso, quanto mais onerosos são os sacrifícios materiais pelo Estado, exigidos dos indivíduos e das famílias, tanto mais sagrados e invioláveis devem ser os direitos das consciências. Poderá pretender bens e sangue, nunca porém a alma por Deus redimida. A missão que Deus confiou aos pais de se interessarem pelo bem material e espiritual da sua prole e de dar a ela uma formação harmônica e repassada de verdadeiro espírito religioso, não lhes poderá ser arrebatada sem grave lesão do direito. Esta formação deve certamente ter por finalidade também preparar a juventude para cumprir com inteligência, consciência e galhardia aqueles deveres de patriotismo que dá à pátria terrestre a devida medida de amor, de dedicação e colaboração. Mas por outra parte, uma formação que se esqueça, ou, o que é pior ainda, propositalmente descure de dirigir os olhos e o coração da juventude para a pátria sobrenatural, seria uma injustiça contra a juventude, uma injustiça contra os inalienáveis deveres e direitos da família cristã, um excesso a que se deve remediar também em favor do bem público e do Estado. Semelhante educação poderia parecer àqueles que por ela são responsáveis, fonte de maior força e vigor; na realidade seria o contrário e as tristes consequências encarregar-se-iam de prová-lo. O delito de lesa majestade contra o "Rei dos reis e o Senhor dos dominadores" (1 Tm 6, 15; Ap 19, 16) perpetrado por uma educação indiferente ou contrária ao espírito cristão, a inversão do "deixai que as crianças venham a mim" (Mc 10, 14) acarretaria amaríssimos frutos. Ao contrário, o Estado que tira aos dilacerados corações dos pais e das mães as suas preocupações e restabelece os seus direitos, mais não faz do que promover a própria paz interna e lançar as bases de um futuro mais feliz para a pátria. As almas dos filhos que Deus deu aos pais, assinaladas no batismo com o selo real de Cristo, são um depósito sagrado por Deus vigiado com cioso amor. O mesmo Crispo que disse "deixai que as crianças venham a mim", ameaçou também, não obstante sua bondade e misericórdia, terríveis males àqueles que escandalizam os prediletos do seu coração. E que escândalo mais nocivo e duradouro às gerações do que uma formação da juventude dirigida para uma meta que afasta de Cristo, "caminho, verdade e vida", levando-a a uma simulada ou manifesta apostasia? Este Cristo do qual querem alienar as gerações juvenis presentes e futuras, é o mesmo que recebeu do seu eterno Pai o poder no céu e na terra. Em sua mão onipotente tem ele o destino dos Estados, dos povos e das nações. A ele compete diminuir-lhes ou prolongar-lhes a vida, o desenvolvimento, a prosperidade e a grandeza. De tudo o que existe sobre a terra, somente a alma tem vida imortal. Um sistema de educação que não respeitasse o recinto sagrado da família, protegido pela santa lei de Deus, que procurasse minar-lhe os alicerces, que fechasse à juventude o caminho que conduz a Deus, às fontes de vida e de alegria do Salvador (Is 12, 3), que considerasse o apostatar Cristo e a Igreja como símbolo de fidelidade ao povo ou a uma determinada classe, pronunciaria contra si mesmo a sentença de condenação, e experimentaria, a seu tempo, a inelutável verdade das palavras do profeta: "Aqueles que se afastam de ti serão escritos na terra" (Jr 17, 13).