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AS FALSAS RELIGIÕES FORAM INVENTADAS PELO DEMÔNIO

"Os Papas, que de maneira alguma eram liberais e que permaneceram firmes na Fé, sempre distinguiram explicitamente a Verdadeira Religião das falsas. De que espírito vem as falsas religiões? De Deus ou do demônio? Si são falsas, foram inventadas pelo espírito do erro e da mentira, e o mestre da mentira e do erro é o demônio"

Os progressistas ficam furiosos quando dizemos que as outras religiões são falsas. Eles não suportam ouvir isso. "Então você condena todas as outras religiões?" “Todas as outras religiões são ruins?” “É algo visceral para eles e seu conceito está de acordo com o próprio princípio do liberalismo, segundo o qual todas as religiões são boas”.

Dizem os modernistas: “Você acredita que somente a Religião Católica é boa e capaz de fazer o bem à sociedade? Mas veja a piedade dos muçulmanos e dos budistas ...”

As falsas religiões foram inventadas pelo demônio justamente para afastar populações e países inteiros de Nosso Senhor <Jesus Cristo>, e impedi-los de se tornarem Católicos e ouvirem a Verdade. Não há dúvida. É por isso é quase impossível converter muçulmanos.

Durante 15 anos estive em Dakar com 3 milhões de muçulmanos, 100 mil católicos e 400 animistas, e se durante esses 15 anos se converteram 10 muçulmanos foi muito. Queria dizer que realmente se converteram e saíram do islamismo para o Catolicismo. Não digo que não houve uma certa influência Católica, mas foi graças às nossas escolas, em que tivemos entre 10 e 15% de alunos muçulmanos. E eu não queria que houvesse mais, porque senão haveriam imposto o islã em nossas escolas. Quando são fortes, se impõem e formam um movimento para converter os outros. Quando eles estão fracos, escutam e se calam.

Naturalmente, os jovens que estudavam em nossas escolas receberam uma influência, e talvez alguns deles desejassem o batismo. Isso pode ser. Porém é muito difícil para um jovem se converter – do islamismo – para o Catolicismo, porque o expulsam de sua família e ele sabe que existe até o perigo de ser envenenado. Claro!

“Somente” podem chegar – mais facilmente - à conversão aqueles que são estudantes na universidade, porque são independentes. Sabem que o futuro deles está assegurado. Eles não necessitam da sua família; eles vão para a Europa e lá eles podem se converter. Mas converter alguém que está em sua família é praticamente impossível. Ao inspirar essa religião islâmica, o demônio tem conseguido realmente impedir a conversão de milhões de homens.

É relativamente mais fácil converter os protestantes. Antes do Concílio (Vaticano II), sempre havia muitos que se convertiam, porém agora já não mais. Entende-se, uma vez que – após o CVII - a “Igreja Católica”, tendo se protestantizado, já não se apresenta como o ideal que os protestantes possam desejar. Já não lhes oferece interesse algum.

Também alguns judeus se converteram, mas há um perigo porque nunca sabemos se eles realmente se converteram ou se é somente aparentemente para facilitar ou preservar seus interesses materiais ou sua situação. É muito difícil descobrir, mas é fato que houve um certo número que se converteu.

Monsenhor Marcel Lefebvre
Sou eu, o acusado, que deveria julgá-los

FONTE:

https://fsspx.mx/es/news-events/news/las-falsas-religiones-han-sido-inventadas-por-el-demonio-palabras-de-mons-lefebvre

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70 ANOS DA SAGRAÇÃO DE DOM CASTRO MAYER (1948-2018)

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DOM CASTRO MAYER EM DEFESA PELA SANTA TRADIÇÃO:

(1.) CARTA À PAULO VI

Uma das primeiras reações contrárias à Missa Nova de Paulo VI, 12 de setembro de 1969. Carta inédita do Bispo Diocesano de Campos, Dom Antonio de Castro Mayer ao papa Paulo VI, antes da entrada em vigor do novo rito da Missa. Anexas à carta enviava também ao Papa "Considerações sobre o Novus Ordo Missae”.  Este precioso documento foi recentemente encontrado nos arquivos de Dom Antonio.

Campos, 12 de setembro de 1969

Beatíssimo Padre,

Tendo examinado atentamente o “Novus Ordo Missae”, a entrar em vigor no próximo dia 30 de novembro, depois de muito rezar e refletir, julguei de meu dever, como sacerdote e como bispo, apresentar a Vossa Santidade, minha angústia de consciência, e formular, com a piedade e confiança filiais que devo ao Vigário de Jesus Cristo, uma súplica.

O ‘Novus Ordo Missae”, pelas omissões e mutações que introduz no Ordinário da Missa, e por muitas de suas normas gerais que indicam o conceito e a natureza do novo Missal, em pontos essenciais, não exprime, como deveria, a Teologia do Santo Sacrifício da Eucaristia, estabelecida pelo Sacrossanto Concílio de Trento, na sessão XXII. Fato que a simples catequese não consegue contrabalançar. Em anexo, junto as razões que, a meu ver, justificam esta conclusão.

Os motivos de ordem pastoral que, eventualmente, poderiam ser alegados a favor da nova estrutura da Missa, primeiro, não podem chegar ao ponto de deixar no olvido os argumentos de ordem dogmática que militam em sentido contrário; depois, não parecem procedentes. As mudanças que preparam o “Novus Ordo” não contribuíram para aumentar a Fé e a piedade dos fiéis. Pelo contrário, deixaram-nos apreensivos, apreensão que o “Novus Ordo” aumentou; porquanto, abonou a idéia de que nada há de imutável na Santa Igreja, nem mesmo o Sacrossanto Sacrifício da Missa.

Além disso, como saliento nas folhas juntas, o “Novus Ordo” não só não afervora, senão que extenua a fé nas verdades centrais da vida católica, como a presença Real de Jesus na SS. Eucaristia, a realidade do Sacrifício propiciatório, o sacerdócio hierárquico.

Cumpro, assim, um imperioso dever de consciência, suplicando, humilde e respeitosamente, a Vossa Santidade, se digne, por um ato positivo que elimine qualquer dúvida, autorizar-nos a continuar no uso do “Ordo Missae” de S. Pio V, cuja eficácia na dilatação da Santa Igreja, e no afervoramento de sacerdotes e fiéis, é lembrada, com tanta unção, por Vossa Santidade.

Estou certo que a Paterna Benevolência de Vossa Santidade não deixará de afastar as perplexidades que me angustiam o coração de sacerdote e bispo.

Prostrado aos pés de Vossa Santidade, com humilde obediência e filial piedade, imploro a Bênção Apostólica.

+ Antonio de Castro Mayer (Bispo de Campos)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O "NOVUS ORDO MISSAE"

Documento endereçado por Dom Antonio de Castro Mayer ao Papa Paulo VI sobre a Nova Missa, 12 de setembro de 1969

O novo “Ordo Missae” consta de normas gerais do texto do Ordinário da Missa. Umas e outro propõem uma nova Missa que não atende, suficientemente, às definições do Concílio de Trento a respeito, e constitui, por isso mesmo, grave perigo para a integridade e pureza da Fé Católica. Examinamos aqui, apenas, alguns pontos, que, nos parece, evidenciam o que afirmamos.

1. Noção de Misssa. - No n. 7 o Novo “Ordo” dá uma como que definição da Missa: "Cena dominica sive Missa est sacra synaxis seu congregatio populi Dei in unum convenientis, sacerdote praeside, ad memoriale Domini celebrandum. Quare de sactae ecclesiae locali congregatione eminenter valet promissio Christi: “Ubi sunt duo vel tres congregati in nomine meo, ibi sum in medio eorum (Mat. 18)”. [A Ceia do Senhor ou Missa é a sagrada assembléia ou reunião do povo de Deus, sob a presidência do sacerdote, para celebrar o memorial do Senhor. Por isso, a respeito desta reunião da santa igreja local vale a promessa de Cristo: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles” (Mat. 18).

Nesta definição, a) Insiste-se na Missa como ceia. Aliás, esta conceituação de Missa, ocorre com freqüência, em todo o decurso das normas gerais (cfr. nº 8, 48, 55d, 56, etc.). Parece mesmo que a intenção do novo “Ordo Missae” é inculcar este aspecto da Missa. O que é feito com detrimento do outro, essencial, isto é, que a Missa é um sacrifício. De fato, b) na quase definição de Missa do nº 7, não se declara o caráter de sacrifício da Missa, como, c) não se salienta o caráter sacramental do sacerdote que o distingue dos fiéis. Além disso, d) nada diz do valor intrínseco da Missa independente da presença da assembléia. Antes, faz supor que não há Missa sem a “congregatio populi” [reunião do povo], pois é a “congregatio” que define a Missa. Enfim, e) o texto deixa uma confusão entre a Presença real e a presença espiritual, porquanto aplica à Missa o texto de S. Mateus, no qual se trata apenas da presença espiritual.

O equívoco entre a Presença real e a presença espiritual, notado no nº 7, é confirmado pelo que diz o nº 8, que divide a Missa em “mesa da palavra” e “mesa do Corpo do Senhor”, e igualmente oculta o caráter de sacrifício que é principal na Missa, pois que a ceia não passa de uma conseqüência, como se pode deduzir do cân. 3 da ses. XXII do Concílio de Trento.

Observamos que os dois textos do Vaticano II, alegados na nota, não justificam a noção de Missa proposta no texto. Observamos ainda que algumas expressões, mais ou menos incidentes, nas quais ocorrem afirmações como esta que no altar “sacrificium crucis sub signis sacramentalibus praesens efficitur” (n. 259) [Torna-se presente o sacrifício da cruz sob sinais sacramentais,] não são suficientes para dissipar um conceito equívoco, inculcado ao se descrever a Missa (n. 7) e em muitos outros lugares das normas gerais.

2. Finalidade da Missa. A Missa é sacrifício de louvor à SS. Trindade. Tal finalidade não aparece, de modo explícito, no Novo "Ordo". Pelo contrário, o que, na Missa de S. Pio V, salientava esse fim do Sacrifício, foi supresso no Novo "Ordo". Assim, as orações: "Suscipe, Sancta Trinitas..." do Ofertório, a final "Placeat, tibi, Sancta Trinitas..."; assim, igualmente o Prefácio da SS. Trindade deixou de ser o Prefácio do Domingo, Dia do Senhor.

Além de "Sacrificium laudis SS. Trinitatis", a Missa é Sacrifício propiciatório. Sobre esse caráter, contra os erros dos protestantes, insiste muito o Tridentino (cap. I e cân 3). Tal finalidade não aparece explícita no Novo "Ordo". Aqui e acolá ocorre uma ou outra expressão que se poderia entender como envolvendo esse conceito. Jamais ele aparece sem sombra de dúvida. E ele está ausente quando as normas declaram a finalidade da Missa (n. 54). De fato, não é suficiente para atender à Teologia da Missa estabelecida pelo Tridentino, afirmar que esta colima a "santificação". Não é claro que este conceito envolva necessariamente o outro, de propiciação. Além disso, a intenção propiciatória bem indicada na Missa de São Pio V, desaparece na nova Missa. De fato, as orações do Ofertório, "Suscipe Sancte Pater...", "Offerimus, Tibi..." e a da benção da água: "Deus qui humanae substantiae... reformasti..." foram substituídas por outras que nada dizem de propiciação. Inculcam mais o sentido de banquete espiritual "panis vitae" [pão da vida], "potus spiritualis" [bebida espiritual].

3. Essência do Sacrifício. - A essência do Sacrifício da Missa está na repetição do que fez Jesus na última ceia; não na mera narração, ainda que acompanhada de gestos. Assim, advertem os moralistas que não basta relatar historicamente o que Jesus fez. É necessário pronunciar as palavras da consagração com intenção de repetir o que Jesus realizou, porquanto o sacerdote, ao celebrar, representa Jesus Cristo, opera "in persona Christi". No novo "Ordo" não se toma em consideração semelhante precisão, no entanto, essencial. Pelo contrário, ao passo que sublinha a parte narrativa, nada diz da parte propriamente sacrifical. Assim, ao expor a Prece eucarística fala de "narratio institutionis" (n. 54 d) [narração da instituição]; de maneira que as expressões "Ecclesia memoriam ipsius Christi agit" [A Igreja faz a memória do próprio Cristo] e a outra do final da consagração: "Hoc facite in meam commemorationem" [fazei isto em minha memória] têm o sentido indicado pela explanação dada anteriormente nas normas gerais (n. 54 d). Observamos que a frase final da consagração, "Haec quotiescumque feceritis, in mei memoriam facietis" [todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em minha memória] era muito mais expressiva para dizer que, na Missa, repetia-se a ação de Jesus Cristo. - Acresce que a introdução, entre as palavras essenciais da consagração, das expressões: "Accipite et manducate ex hoc omnes" [Tomai e comei dele todos], e "Accipite et bibite ex eo omnes" [Tomai e bebei dele todos] levam a parte narrativa dentro do mesmo ato sacrifical. De maneira que, na Missa de S. Pio V, o texto e os gestos orientavam, naturalmente, o sacerdote para a ação sacrifical propiciatória, quase impunham a intenção ao sacerdote que celebrava. E assim, a "lex supplicandi" [lei da oração] se conformava perfeitamente à "lex credendi" [lei da fé]. Não se pode dizer o mesmo do novo "Ordo Missae". No entanto, dada a gravidade da ação, e mais os tempos modernos excessivamente trepidantes, e dadas ainda as condições psicológicas das novas gerações, o "Ordo Missae" deveria facilitar o celebrante a ter presente a intenção necessária para realizar válida e condignamente o ato do Santo Sacrifício.

4. Presença Real. O Sacrifício da Missa está intimamente ligado à presença real de Jesus Cristo na SS. Eucaristia. Essa é conseqüência daquela. Na transubstanciação opera-se a mudança da substância do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Salvador, e realiza-se o sacrifício. Como conseqüência, permanece no altar a vítima perene. A Hóstia do Sacrifício, que permanece, passado o ato sacrifical. O Novo "Ordo", desde a definição da Missa (n. 7) deixa pairar uma ambigüidade sobre a presença real, mais ou menos confundida com a presença meramente espiritual, na oração de dois ou três congregados no nome de Jesus. Depois, a supressão de quase todas as genuflexões - maneira tradicional de adorar entre os latinos - a ação de graças sentado, a possibilidade de celebração sem a pedra d'ara, em simples mesa, a equiparação do manjar eucarístico com o manjar espiritual, tudo é de molde a obscurecer a fé na Presença real. - A última consideração sobre a equiparação entre o manjar eucarístico e o manjar espiritual, deixa no ar a idéia de que a Presença de Jesus na SS. Eucaristia está no uso, como acontece com a palavra de Deus. E daí a resvalar para o erro dos luteranos não é tão difícil, especialmente numa sociedade pouco dada à reflexão de ordem transcendente. Igual conclusão é favorecida pela função do altar: é ele apenas a mesa, onde não há, normalmente, lugar para o Sacrário, onde habitualmente se conserva a Vítima do Sacrifício. Também a disciplina no sentido de levar os fiéis a comungarem da mesma hóstia que o celebrante, de si, cria a idéia de que, acabado o sacrifício, não há mais lugar para a sagrada reserva. Assim, toda a disposição do Novo “Ordo Missae” não só não afervora a fé na presença real, senão que a diminui.

5. Sacerdócio hierárquico. Define o Tridentino que Jesus instituiu os apóstolos sacerdotes para que eles e outros sacerdotes, seus sucessores, oferecessem seu Corpo e Sangue (cân, 2, ses. 22). De maneira que a realização do Sacrifício da Missa é ato que exige a consagração sacerdotal. Por outro lado, o mesmo Concílio de Trento condena a tese protestante que faz de todos os cristãos sacerdotes do Novo Testamento. Vê-se, pois que, segundo a fé, só o sacerdote hierárquico é capaz de realizar o Sacrifício da Nova Lei. Esta verdade é diluída no Novo “Ordo Missae”. Neste “Ordo” a Missa é mais do povo do que do sacerdote. É também do sacerdote, porque este faz parte da multidão. Não aparece como o mediador “ex hominibus assumptus in iis quae sunt ad Deum” [tomado dentre os homens para aquelas coisas que se referem a Deus], inferior a Jesus Cristo e superior aos fiéis, como diz S. Roberto Belarmino. Ele não é o juiz que absolve. É simplesmente o irmão que preside.

Outras observações poderíamos fazer que confirmariam o que acima dizemos. Julgamos, no entanto, que as questões apontadas bastam para mostrar que o novo “Ordo Missae” não se ajusta à Teologia da Missa, estabelecida de modo definitivo pelo Concílio de Trento, e por isso, constitui um grave perigo para a pureza da Fé.

(As traduções, entre colchetes, são do jornal Ontem Hoje e Sempre)

Fonte: http://permanencia.org.br/drupal/node/695

(2.) DECLARAÇÃO CONTRA O ENCONTRO DE ASSIS
(Dom Marcel Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer)

Por ocasião da reunião de Assis, de 1986, Dom Marcel Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer fizeram esta declaração conjunta para manifestar o caráter anti-católico daquela reunião. Hoje, quando o Papa chama novamente 250 chefes de falsas religiões para repetir o escândalo de Assis, é preciso reler estes preciosos textos dos dois grandes bispos da Tradição.

Roma nos mandou perguntar se tínhamos a intenção de proclamar nossa ruptura com o Vaticano por ocasião do Congresso de Assis.

Parece-nos que a pergunta deveria, antes, ser esta: o sr. acredita e tem a intenção de declarar que o Congresso de Assis consuma a ruptura das Autoridades Romanas com a Igreja Católica?

Porque é precisamente isto que preocupa àqueles que ainda permanecem católicos.

Com efeito, é bastante evidente que, desde o Concílio Vaticano II, o Papa e os Episcopados se afastam, de maneira cada vez mais nítida, de seus predecessores.

Tudo aquilo que foi posto em prática pela Igreja para defender a Fé nos séculos passados, e tudo o que foi realizado pelos missionários para difundi-la, até o martírio inclusive, é considerado doravante como uma falta da qual a Igreja deveria se acusar e pedir perdão. (nota: os dois bispos não podiam imaginar a avalanche de pedidos de perdão que viria, anos mais tarde, humilhar a Santa Igreja)

A atitude dos onze Papas que, desde 1789 até 1968, em documentos oficiais, condenaram a Revolução liberal, é considerada hoje como "uma falta de compreensão do sopro cristão que inspirou a Revolução".

Donde, a reviravolta completa de Roma, desde o Concílio Vaticano II, que nos faz repetir as palavras de Nosso Senhor àqueles que O vinham prender: "Haec est hora vestra et potestas tenebrarum – Esta é a vossa hora e o poder das trevas". (Lc. 22, 52-63)

Adotando a religião liberal do protestantismo e da Revolução, os princípios naturalistas de J.J. Rousseau, as liberdades atéias da Constituição dos Direitos do Homem, o princípio da dignidade humana já sem relação com a verdade e a dignidade moral, – as Autoridades Romanas voltam as costas a seus predecessores e rompem com a Igreja Católica, e põem-se a serviço dos que destroem a Cristandade e o Reinado Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os recentes atos de João Paulo II e dos Episcopados nacionais ilustram, de ano para ano, esta mudança radical de concepção da fé, da Igreja, do Sacerdócio, do mundo, da salvação pela graça.

O cúmulo desta ruptura com o magistério anterior da Igreja, depois da visita à Sinagoga, se realizou em Assis. O pecado público contra a unicidade de Deus, contra o Verbo Encarnado e Sua Igreja faz-nos estremecer de horror: João Paulo II encorajando as falsas religiões a rezar a seus falsos deuses: escândalo sem medida e sem precedente.

Poderíamos retomar aqui nossa Declaração de 21 de novembro de 1974, que permanece mais atual que nunca.
Quanto a nós, permanecendo indefectivelmente na adesão à Igreja Católica e Romana de sempre, somos obrigados a verificar que esta religião modernista e liberal da Roma moderna e conciliar se afasta cada vez mais de nós, que professamos a Fé católica dos onze Papas que condenaram esta falsa religião.

A ruptura, portanto, não vem de nós, mas de Paulo VI e de João Paulo II, que rompem com seus predecessores.
Esta negação de todo o passado da Igreja por estes dois Papas e pelos Bispos que os imitam é uma impiedade inconcebível e uma humilhação insuportável para aqueles que continuam católicos na fidelidade a vinte séculos de profissão da mesma Fé.

Por isso, consideramos como nulo tudo o que foi inspirado por este espírito de negação: todas as Reformas post-conciliares, e todos os atos de Roma realizados dentro desta impiedade.

Contamos com a graça de Deus e o sufrágio da Virgem Fiel, de todos os Mártires, de todos os Papas até o Concilio, de todos os Santos e Santas fundadores e fundadoras de Ordens contemplativas e missionárias, para que venham em nosso auxilio na renovação da Igreja pela fidelidade integral à Tradição.

Buenos Aires, 2 de dezembro de 1986

+ Marcel Lefebvre (Arcebispo-Bispo emérito de Tulle)
+ Antonio de Castro Mayer (Bispo emérito de Campos), que concorda plenamente com a presente declaração e a faz sua

(3.) A ANTI-IGREJA

Quando foram distribuídos, entre os Padres Conciliares, os primeiros esquemas do II Concilio do Vaticano, interpelaram-me: - V. acha que, para isso, seria preciso reunir um Concílio? A razão da pergunta é que os esquemas não apresentavam nenhuma novidade.
De fato, a realidade do II Concilio do Vaticano não era o que aparecia. E sim, seus subterrâneos.

Sob uma aparência tradicional, assegurada pela presença dos Srs. Cardeais Ottaviani, Bacci, Ruffini, Braum e outros, operava o Cardeal Bea, porta-voz das Bnai-Brlth judias e demais maçônicos, convencidos de que era o momento de ultimar a obra de destruição da Igreja Católica, implodindo-a sobre si mesma.

Estruturou-se, assim, um Concílio "sui-generis", sem discussão: os oradores sucediam-se ininterruptamente, uns aos outros, vazando na assembléia o de que nutriam seus espíritos. Não havia nexo entre as várias intervenções. Quem as quisesse contestar, deveria inscrever-se na lista dos postulantes da palavra, e aguardar a sua vez, que poderia ocorrer vários dias depois.

De maneira que, no II Concílio do Vaticano, quem fazia tudo eram as comissões. E com tal sobranceria que, logo de início, a mesa de presidência jogou fora os esquemas propostos pela comissão preparatória, autorizada pela Santa Sé, ou seja, pelo Papa, a quem, aliás, como chefe supremo da Igreja e Vigário de Jesus Cristo, assiste o direito de propor a matéria a ser tratada nos concílios e a maneira como fazê-lo.

Eis que o II Concilio do Vaticano constitui-se numa anti-Igreja.

Dogma fundamental da Igreja Católica é sua necessidade para a salvação. Não têm os homens liberdade de escolher sua religião, sua Igreja, conforme seu agrado, ou persuasão. Sob pena de condenação eterna, devem ingressar na Igreja Católica Romana. - Ora, o Vaticano II, neste ponto, fixa, como doutrina inconteste, precisamente o contrário: todo homem tem liberdade visceral de aderir à Religião de sua preferência.

Posta esta antítese, neste ponto básico, necessariamente, sobre ele vão se construir edifícios antitéticos. - Por isso, dizemos que o Vaticano II firmou-se como a anti-Igreja. Conseqüência: quem adere ao Vaticano II, sem restrição, só por esse fato, desliga-se da verdadeira Igreja de Cristo. Ninguém pode, ao mesmo tempo ser católico e subscrever tudo quanto estabeleceu o Concílio Vaticano II. Diríamos que a melhor maneira de abandonar a Igreja de Cristo, Católica Apostólica Romana, é aceitar, sem reservas o que ensinou e propôs o Concílio Vaticano II. Ele é a anti-Igreja.

(transcrito de "Heri et Hodie" - Jornal dos Padres de Campos - nº 33 - cf. Revista Permanência nº 218-219, de 1987)

Fonte: http://permanencia.org.br/drupal/node/664

(4.) DOM ANTÔNIO DE CASTRO MAYER CONTRA A TFP

Publicada no jornal campista Folha de Manhã em 1991, sendo o texto original datado de 1984. O que publicamos é uma tradução da versão de Le Sel de la Terre, nº 28, de 1999.

Prezado X,

Eu lhe devo uma resposta à sua dolorosa carta de 24 de setembro que, como o carimbo do correio indica, você me enviou em 25 de setembro.

Neste caso eu apenas posso dar-lhe um único conselho: reze, reze muito, acima de tudo o Rosário ou ao menos o Terço, pedindo à Virgem Mãe, Mediadora de todas as graças, que ilumine seu filho e faça-o ver que a TFP é uma seita herética porque, de fato, embora não digam ou escrevam, a TFP vive e se comporta de acordo com um princípio que fundamentalmente mina a verdade da cristandade, isto é, da Igreja Católica.

De fato, é de fide que Jesus Cristo fundou Sua Igreja – destinada a manter na terra o verdadeiro culto a Deus e a levar as almas à salvação eterna – como uma sociedade desigual, composta de duas classes: uma que governa, ensina e santifica, composta pelos membros do clero, e outra – os fiéis – que recebem o ensinamento, são governados e santificados: Isso é um dogma de fide.

São Pio X escreveu que a Igreja é, em sua própria natureza, uma sociedade desigual, significando que ela compreende duas ordens de pessoas: pastores e rebanho, aqueles que pertencem aos vários níveis da hierarquia e a multidão dos fiéis. Essas duas ordens são tão completamente distintas que apenas a hierarquia tem o direito e a autoridade de guiar e governar os membros para os fins da Igreja, enquanto o dever dos fiéis é aquele de permitir a si mesmos serem governados e a obedientemente seguir o caminho dado pela classe governante. (Encíclica “Vehementer”, 11 de fevereiro de 1906.) Toda a história da Igreja, como pode ser vista no Novo Testamento, atesta essa verdade como um dogma fundamental da constituição da Igreja. Foi apenas aos Apóstolos que Jesus disse: “Ide e ensinai todas as nações”. Também os Atos dos Apóstolos nos mostram a vida da Igreja nos tempos após Jesus Cristo. Por causa disso, é uma herética subversão habitualmente seguir a um leigo — portanto, um não-membro da Hierarquia — como porta-voz da ortodoxia. Assim, eles não olham para o que a Igreja diz, o que os bispos dizem, mas para o que esse ou aquele diz… E não se termina aí: essa atitude — mesmo se não declarada abertamente — de fato posiciona o “líder” como o árbitro da ortodoxia, e é acompanhada por um súbita mas verdadeira desconfiança da hierarquia e do clero em geral.

Existe um visceral anti-clericalismo na TFP: tudo que vem do clero é preconceituosamente recebido. Basicamente, mantém-se que todos os padres são ignorantes, poucos zelosos ou interessados e tais outras qualidades. Bem, então, tendo em mente a constituição divina da Igreja que foi instituída por Jesus Cristo, o anti-clericalismo habitual da TFP, latente, faz dela uma seita herética, e, portanto, como disse, animada por um princípio contrário ao dogma estabelecido por Jesus Cristo na constituição de Sua Igreja.

Todavia, a TFP teve um início saudável. Existiu uma certa evolução no apostolado feito pelo jornal quinzenal da Congregação Mariana de Santa Cecília intitulado O Legionário.

Como um movimento sério e bem intencionado, procurava reforçar a formação intelectual e religiosa dos membros da Congregação e, consequentemente, dos leitores quinzenais. Era influente por todo o Brasil. Essa foi a era de [sua] obediência aos Monsenhores Duarte e Leme. Eu acompanhei e aprovei seu apostolado, também quando começou a perder-se no espírito anti-clerical, que iniciou por consolidar suas posições e então revertê-las, colocando o clero em reboque atrás de um leigo carismático com o monopólio da ortodoxia. Talvez eu dei-lhes apoio além de um ponto lícito. Eu o retirei apenas quando se tornou claro que minhas advertências não estavam sendo levadas em consideração. Elas se tornaram inúteis.

É certo observar que os enganos de certos membros da hierarquia… explicam o escândalo dos “TFPistas”, mas isso não justifica as posições que vieram a tomar. Ainda menos as de seu líder, Plínio.

Neste caso, como disse no início desta carta, o remédio é rezar. Primeiro, porque sem oração nada é obtido: “Pedi”, diz Nosso Senhor, “e recebereis”. É necessário rezar, porque o fervor carismático produz um certo fanatismo: indivíduos se tornam incapazes de ver a realidade objetiva, de perceber até mesmo erros fundamentais, por causa dessa inversão de seguir um leigo em vez dos legítimos Pastores da Santa Igreja.

Ainda mais quando, como observei, membros da hierarquia infelizmente e freqüentemente expressam palavras e tomam posições que qualquer católico pode ver como dissonante da doutrina e do governo da Igreja de todos os tempos…

Eu peço a Nosso Senhor que ele lhe dê, e a toda sua família, um santo e feliz Natal e muitos anos plenos da graça de Deus.

Peço que reze por mim, servo em Cristo Jesus.

Antônio de Castro Mayer, Bispo Emérito de Campos.

Fonte: https://fratresinunum.com/2008/10/13/carta-de-dom-antonio-de-castro-mayer-sobre-a-tfp/
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DOM MARCEL LEFEBVRE BATIZANDO

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OFERECER O SACRIFÍCIO:

É a mais alta dignidade que se pode receber nesta terra. Nesse ponto não há diferença entre o bispo e o simples padre. Quando um sucessor dos Apóstolos celebra a missa, usa seu poder sacerdotal para oferecer o Sacrifício, o mesmo poder que ele mesmo confere aos padres. É assim que a Santa Igreja transmite a um homem mortal um dom divino e sobrenatural, uma força, uma virtude, capaz de mudar a natureza do pão e do vinho, trazendo sobre o Altar do sacrifício o Salvador. O padre também interfere no tempo, com seu ato sacrifical, ao trazer para hoje a morte de Cristo na Cruz.

ABENÇOAR:

É um poder imenso, poucas vezes bem avaliado, sobretudo nos tempos atuais. Muitos hoje usam essa expressão: "Deus o abençoe". Mas a bênção que os leigos distribuem é apenas um desejo, uma oração. Só o padre abençoa com a eficácia própria de um poder seu, recebido nessa hora, no sacramento da Ordem.

PRESIDIR:

É a função de orientação das almas, de autoridade litúrgica e espiritual, jamais substituída pelos leigos, como se vê no progressismo. O padre, em sua Paróquia, toma a dianteira, mostra o caminho,  para conduzir ao céu as almas que lhe foram confiadas. Só mesmo a revolução litúrgica poderia arrancar do sacerdote seu poder sacrifical, fabricando uma nova missa refeição, e fingir que o padre preside à mesa, como um pai de família faz em sua casa. Uma nova missa para um novo sacerdócio, um como o outro de inspiração protestante.

PREGAR:

É a função sacerdotal da autoridade doutrinária diante das almas dos fiéis. O padre, enquanto colaborador do bispo, ensina a doutrina com a firmeza e retidão necessárias para que a Fé seja preservada. Só ele recebe de Deus essa missão. Mesmo quando grandes intelectuais conseguem falar das coisas de Deus com retidão e profundidade, devem estar atentos para não pretenderem substituir o sacerdote no seu múnus de orientar as almas no conhecimento de Deus, na prudência do saber, na sabedoria divina. Quantas vezes vemos leigos se arvorarem no papel de orientar os jovens, supostamente em nome de Deus, mas sem qualquer força vinda do sacramento.

BATIZAR:

É a função do ministro ordinário do primeiro sacramento. Grande graça para um homem poder derramar sobre a cabeça de uma criança a água que abre sua alma para a vida da graça, tornando-a participante da vida divina. Tudo virá em seguida segundo a primeira graça recebida.

Foto: Dom Marcel Lefebvre (batizando)!

Fonte:

http://permanencia.org.br/drupal/node/1794

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DOM MARCEL LEFEBVRE, FALOU SOBRE AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO



Aqui está o texto extraído desse sermão:

"Não somente o Papa Leão XIII profetizou estas coisas, senão Nossa Senhora. Recentemente, o sacerdote que está encarregado do Priorado de Bogotá em Colômbia, me trouxe um livro que fala sobre as aparições de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que tem uma Igreja, uma grande Igreja no Equador, em Quito, capital do Equador. Estas aparições à uma religiosa, tiveram lugar em um convento de Quito pouco tempo depois do Concílio de Trento, fazem então vários séculos como vocês vêem. Todo isto foi registrado, reconhecendo-se esta aparição por Roma e pelas autoridades eclesiásticas, já que se construiu uma magnífica igreja para a Virgem, e ainda mais os historiadores afirmam que o rosto da Virgem havia sido terminado milagrosamente: se encontrava o escultor modelando o rosto da Virgem, quando se encontrou com o mesmo terminado milagrosamente. Esta Virgem milagrosa é honrada ali com muita devoção pelos fiéis do Equador e profetizou para o século XX. Disse a esta religiosa claramente: "Durante o século XIX e a maior parte do século XX, os erros se propagarão cada vez com mais força na Santa Igreja, e levarão a Igreja à uma situação de catástrofe total, quê catástrofe! Os costumes se corromperão e a Fé desaparecerá".

Nossa impressão é que não podemos deixar de constatar esta profecia.
Peço desculpas por continuar o relato desta aparição, mas nela se fala de um Prelado que se oporá totalmente à esta orla de apostasia e de impiedade e preservará o sacerdócio preparando bons sacerdotes. Faça vocês a aplicação* se quiserem, eu não quero fazê-la. Eu mesmo me senti estupefato lendo estas linhas, não posso nega-lo. Está escrito, impresso, registrado nos arquivos desta aparição."

*Aqui Mons. Lefebvre disse façam vocês a aplicação, já que ele por humildade no quis fazê-la ele mesmo. Mas, ele foi o único Prelado que no século XX se opôs de maneira total a estes erros formando bons sacerdotes e defendendo os direitos de Deus e da Igreja.

Oração à Nossa Senhora do Bom Sucesso

Ó Senhora do Bom Sucesso, que com olhar de predileção considerais o Equador, atentai para a tristeza dos dias que atravessamos, caracterizados pela inteira confusão dos espíritos. Para onde caminha a Cristandade? Qual será para ela o dia de amanhã? São perguntas que quase ninguém ousa responder.

Essa confusão não só subverte a esfera temporal, desordenando a fundo os campos cultural, político, social e econômico, mas – oh dor! – penetra também na própria esfera espiritual.

Presenciaremos já amanhã a explosão da terrível conflagração que constituirá o desdobramento lógico deste caos? Ou veremos o mundo ocidental – para obter um simulacro miserável de paz – capitular vergonhosamente ante o inimigo mortal da Civilização Cristã, isto é, o comunismo, que pareceu morto, durante certo tempo, mas ressurge hoje, por todas as partes, transmudado e agravado por diversas manifestações de terrorismo, com as quais mantém mal veladas relações de cumplicidade?

Ó Mãe da Candelária, postos ante essas aterradoras hipóteses, nossos corações se voltam para o vosso, em busca de uma luz, uma ajuda, um alento. Assim se nos torna especialmente oportuno recordar o que manifestastes a uma filha eleita vossa.

Quando em 1634, em Quito, Sóror Mariana de Jesus Torres rezava diante do Santíssimo Sacramento, subitamente a lâmpada que ardia no altar se apagou. Ao tentar reacendê-la, uma luz sobrenatural inundou a igreja.

“Filha querida de meu coração, sou Maria do Bom Sucesso, tua Mãe e Protetora. A lâmpada que [....] viste apagar tem muito significado [...].

“[...] no século XIX – ao concluir-se – e continuará durante grande parte do século XX*, irromperão nestas terras, então República livre, várias heresias. Apagar-se-á a luz preciosa da Fé nas almas pela quase total corrupção dos costumes. Nesse tempo haverá grandes calamidades físicas, morais, públicas e privadas. O pequeno número de almas nas quais se conservará o culto da Fé e das virtudes sofrerá um cruel e indizível padecimento, a par de prolongado martírio.

“[...] nesses tempos a atmosfera estará repleta do espírito de impureza, que à maneira de um mar imundo correrá pelas ruas, praças, lugares públicos numa liberdade assombrosa, de modo que não haverá no mundo almas virgens.

[...] os sacerdotes se descuidarão de seu sagrado dever, perdendo a Bússola Divina se desviarão do caminho traçado por Deus. [...]

[...] Para libertar da escravidão dessas heresias, necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em Deus, aqueles que o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinará para essa restauração. Para pôr à prova nos justos esta Fé e Confiança, haverá momentos nos quais aparentemente tudo estará perdido e paralisado, e então será o feliz princípio da restauração completa [...]. Terá chegado a minha hora, em que Eu, de maneira assombrosa, destronarei o soberbo satanás, pondo-o sob meus pés, encadeando-o no abismo infernal, deixando por fim a Igreja e a Pátria livres dessa cruel tirania” (“El Ecuatoriano”, 4 de abril de 1951).

Ó Mãe, ó protetora! Fazei com que, pela intercessão de Sóror Mariana de Jesus Torres e das beneméritas fundadoras do Mosteiro da Conceição de Quito, essas vossas palavras tragam orientação e segurança para as almas que as lerem. Que todos nos empenhemos, mais do que nunca, em Vos invocar como Mãe do Bom Sucesso, com a esperança de que assim apressareis para nós, perturbados e confundidos, o caminho de luz que nos conduza, em meio às trevas, a vosso Divino e Adorado Filho. Assim seja.

FONTE:


ORIGINAL:

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DOM MARCEL LEFEBVRE (1905-1991)



¿Você já assistiu a Santa Missa Tridentina após o Culto de 1969?

“Somos todos filhinhos Dele"

No aniversário de morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, apresentamos a nossos leitores os últimos instantes desse heróico bispo a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos. Obrigado, Monsenhor!

TEMPO DA PAIXÃO:

Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.

Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”:  “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.

HOSPITALIZAÇÃO E OPERAÇÃO:

Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.

O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.

Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.

Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”.

Analgésicos ajudavam a diminuir seus sofrimentos e era alimentado intravenosamente. Brincava, dizendo às enfermeiras: “Vocês fizeram um bom negócio comigo: estou pagando integralmente e vocês sequer estão me alimentando!”

Além do mais, era muito paciente e os médicos tiveram que repreendê-lo para que falasse sobre suas dores. As enfermeiras acharam-no muito gentil e excepcionalmente discreto: nunca usara o sino para pedir atenção. Não queria incomodar os outros. Estava um pouco preocupado com as conseqüências de uma cirurgia, mas ao mesmo tempo resignado e confiante. Disse por diversas vezes: “Terminei meu trabalho e não posso fazer mais. Não me resta senão rezar e sofrer”.

Na segunda-feira, 11 de março, sentiu um calafrio subindo suas pernas e pediu a Extrema-Unção, que recebeu com grande recolhimento e simplicidade, mantendo seus olhos fechados e respondendo ao sacerdote de maneira muito clara. Em seguida, pediu a benção apostólica in articulo mortis (na hora da morte) e então abriu seus olhos tranquilos, sorriu, agradeceu ao sacerdote e acrescentou: “Quanto às orações pelos moribundos, podemos esperar um pouco mais”.

Melhorara um pouco, mas ainda não havia começado a rezar novamente seu breviário. “Então rezo algumas orações simples. Não sirvo para mais nada. Nada mal”.

Ele já havia passado por numerosos exames quando na quinta-feira, 14 de março, os médicos decidiram dar-lhe uma refeição que apreciasse e que lhe desse alguma resistência. Mas ele não a comeu, a fim de que pudesse receber a Sagrada Comunhão… o Padre estava com pressa. Na mesmo dia, um dos médicos disse ao Padre Denis Puga: “Padre, devo lhe dizer algo. Passei o dia com o Arcebispo por causa dos exames. Ele é um homem extraordinário, e sinceramente é um prazer estar com ele. Que bondade! É possível ver a bondade divina em sua face. O senhor realmente é privilegiado por estar tão próximo dele. As pessoas não percebem quando o vêem nos jornais. Pedi ao Arcebispo que rezasse por mim”.

Esse médico não era católico. Na sexta-feira, 15 de março, Dom Lefebvre foi levado a Monthey para ser examinado por um tomógrafo. Voltou ao hospital onde seus padres o encontraram com certa dificuldade por causa do intravenoso, que estava lhe causando inchaço:

“Suas veias estão muito difíceis”, disse-lhe o Padre Simoulin.

“Não, muito pelo contrário, parece que elas estão bem e miúdas. Que tal… para um bispo de ferro!”

No sábado, dia 16, Sitientes, as ordenações ao subdiaconato ocorreram em Ecône. “Estava unido em oração com a ordenação”, disse o Arcebispo ao Padre Puga.

“É a primeira ordenação, e ela não teria ocorrido se o senhor não nos tivesse dado bispos”.

“Sim, de fato aquele ano de 1988 foi uma grande graça, uma benção do Senhor, uma verdadeiro milagre. Esta é a primeira vez que fiquei seriamente doente em que também fiquei perfeitamente em paz. Devo admitir… desculpe… mas antes, quando eu ficava doente, estava sempre preocupado pelo fato da Fraternidade ainda precisar de mim e de que ninguém poderia fazer o meu trabalho. Agora estou em paz, tudo está pronto e caminhando bem”.

No domingo, dia 17, Domingo da Paixão, após receber a Sagrada Comunhão, ele explicou que seria operado nos próximos dias e advertia: “Que o Senhor me leve, se quiser”.

Assim, a cirurgia ocorreu na segunda-feira da Semana da Paixão: “Quando o médico me pediu para contar até dez enquanto eu adormecia, fiz um grande sinal da Cruz… e então… não havia mais nada. Depois acordei e perguntei: “Então a cirurgia não está indo adiante?”

“Mas Sr. Lefebvre [sic], já acabou”, responderam.

Este foi o relato que o Arcebispo fez de sua cirurgia. O cirurgião removeu um grande tumor, do tamanho de mais ou menos três toranjas. Aconteceu de ser canceroso, mas nada foi dito ao paciente. Estava exausto pela cirurgia, mas sorriu por detrás de sua máscara de oxigênio e do tubo estomacal. Na noite da quarta-feira, ficou ansioso; seus membros estavam terrivelmente inchados e tinha dores nas costas e de cabeça. Disse: “É o fim, tenho uma terrível dor de cabeça. O bom Deus deve vir e me levar. Quero realmente morrer com um pouco dos meus padres ao meu redor para rezarem a oração pelos agonizantes. Eles não podem me negar isso”.

Pensava que seus padres estavam sendo impedidos de vê-lo e a chegada de Padre Puga, na manhã da quinta-feira, o acalmou. Ficou novamente otimista e muito mais alegre. No Sábado da Semana da Paixão, Dom Lefebvre falou sobre os procedimentos humilhantes e dolorosos que tivera de sofrer, e disse que o menor dos esforços o exauria. Suas mãos estavam inchadas.

“Estamos no tempo da Paixão”, disse o Padre Simoulin.

O Arcebispo fechou seus olhos e repetiu: “Sim, é a paixão!”. Ele não podia receber a Comunhão: “Sinto falta… preciso dela… ela me dá força”, disse tristemente.

Na noite do mesmo dia, Padre Puga o contou sobre algumas observações do Cardeal Gagnon na 30 Giorni, no sentido de que não encontrara nenhum erro doutrinal em Ecône. O Arcebispo encolheu os ombros: “Um dia a verdade virá. Não sei quando, mas o bom Deus o sabe. Mas virá”.

SOFRIMENTO E MORTE:

Ao final, o Arcebispo não tinha a menor dúvida de que fizera a coisa certa. Como veremos, seu fim foi, assim como sua vida, centrado e fortalecido por uma fé que era simples, discreta e modesta. Parece não ter havido mensagens espirituais ou novissima verba – “últimas palavras”. Fez algumas poucas observações que eram aparentemente comuns ou “mesmo travessas, embora não maliciosas”, cuja importância apenas seriam visíveis posteriormente, especialmente com relação àqueles que pouco ou nada conheciam Dom Lefebvre e que não poderiam imaginar como ele morreu, já que não viram como ele viveu.

No Domingo, 24 de março, o primeiro dia da Semana Santa, as condições do paciente repentinamente pioraram. Na sexta-feira, pediu por seu relógio e aparelho auditivo (prova de que estava se sentindo melhor) e no sábado pensaram em transferi-lo de volta para seu quarto no dia seguinte. Mas no domingo, a esperança deu lugar à preocupação: o Arcebispo tinha uma temperatura muito alta e o cardiologista decidiu mantê-lo na unidade de tratamento intensivo. Estava agitado e sentia dores, e falava incessantemente, mas por conta da máscara de oxigênio havia dificuldade para compreendê-lo. Todavia, Jo Grenon decifrou: “Somos todos filhinhos Dele”. Quando Grenon o deixou, o Arcebispo sorriu e estendeu sua mão para dizer adeus.

Quando o Padre Simoulin disse a ele que seu irmão Michel Lefebvre viera, sorriu o máximo que pôde e a alegria brilhou em sua face. Por volta das 7 da noite, o reitor de Ecône retornou ao hospital, mas assim que entrou na unidade de tratamento intensivo, ouviu o assustador som do forte gemido que podia ser ouvido acima dos barulhos vindos do equipamento ao lado; ele aumentava ainda mais por causa da máscara de oxigênio. O Arcebispo estava absolutamente exausto e não podia falar, mas compreendia tudo que o padre lhe disse: “Excelência, o retiro que o senhor estaria pregando para nós… está sendo pregado de uma maneira que não prevíamos!”. O Arcebispo sorriu. “Alguns dos fiéis de Valais, incluindo os motoristas [ndr: amigos pessoais de Dom Lefebvre], estão seguindo o retiro conosco”. E o Arcebispo sorriu novamente.

Então o padre notou o Crucifixo do cubículo e fez uma observação, enaltecendo o hospital e seu bom diretor, que colocava todo paciente sob o olhar do Redentor. Muito lentamente o Arcebispo moveu sua cabeça à esquerda, para olhar na direção em que o Padre apontara, e então suavemente fechou os olhos.

Um sorriso… um olhar para o Crucificado… estas foram as últimas palavras de Dom Lefebvre. Um sorriso… para dizer obrigado, para acalmar, para encorajar os outros a terem a mesma serenidade, um sorriso de caridade e atenção aos outros, no esquecimento de si mesmo. Um olhar em direção ao Crucifixo, o último gesto consciente que seus filhos viram-no fazer: o olhar adorador do contemplativo e do sacerdote.

Por volta das 11:30 da noite, o hospital ligou para Ecône: Dom Lefebvre acabara de sofrer uma parada cardíaca e estava em processo de ressuscitação. Os Padres Simoulin e Laroche encontraram o Arcebispo respirando com grande dificuldade: seus olhos estavam fixos e vidrados. Fora-lhe administrada uma massagem cardíaca e devia ter sofrido uma embolia pulmonar.

Enquanto o Padre Laroche retornava ao seminário para acordar a comunidade e levá-la para rezar na capela, Padre Simoulin permanecia com o Arcebispo, que dolorosamente tentava respirar; era como a agonia do Crucificado. Com o passar do tempo, seu rosto ficava mais revestido de dor enquanto as medições nos monitores diminuíam pouco a pouco.

Por volta das 2:30 da madrugada, seu declínio se acelerou e sua respiração diminuiu, ao passo em que a dor ainda traçava uma marca em sua fronte. Pouco a pouco tudo se acalmava. Em torno das 3:15 da madrugada, o padre disse à enfermeira: “Sua alma está apenas esperando por uma coisa: deixar seu corpo que sofre e estar com Deus”;

“Acho que a alma está deixando agora”, disse a enfermeira, saindo depois.

Padre Simoulin começou então as orações pelos agonizantes. “Exatamente no momento em que eu terminara”, disse, “era por volta das 3:20 da manhã, e o Superior Geral, Padre Schmidberger, entrou na unidade de tratamento intensivo. O monitor do pulso caiu até ‘00’, mas ainda se podia ouvir a respiração: era o Arcebispo ou a máquina? Ofereci o ritual ao Padre Schmidberger, que recomeçou as orações in expiratione”.

Alguns últimos surtos de dor relampejaram do rosto do Arcebispo e então, por volta das 3:25 da madrugada, os sofrimentos cessaram completamente e ele retornara à paz novamente. O Superior Geral então fechou os olhos do amado pai.

Era uma segunda-feira da Semana Santa, 25 de março, festa da Anunciação da Santíssima Virgem Maria, o dia em que o Céu sorriu para a Terra e quando a esperança renasceu nas almas: o dia da Encarnação do Filho de Deus e da ordenação sacerdotal de Jesus Cristo como Sumo Sacerdote. Neste dia, a alma de Marcel Lefebvre foi julgada…

Em Lille, quinze anos antes, ele disse: “Quando eu estiver diante de meu Juiz, não quero ouvi-lo dizer a mim: ‘Vós também, vós deixastes a Igreja ser destruída’”.

Então, naquele 25 de março de 1991, quando Deus o perguntou o que fizera com a graça de seu sacerdócio e episcopado, o que, de fato, poderia ele ter respondido, esse velho soldado da Fé, esse bispo que restaurou o sacerdócio Católico?

“Senhor, vede, eu transmiti tudo o que podia ter transmitido: a Fé Católica, o sacerdócio Católico e também o episcopado Católico; Vós me destes tudo isso e tudo isso transmiti para que a Igreja pudesse continuar”.

“Vosso grande Apóstolo disse, ‘Tradidi quod et accepi’ e como ele eu quis dizer: ‘Tradidi quod et accepi’, transmiti o que recebi. Tudo que recebi, transmiti”.

"NINGUÉM TEM MAIOR AMOR:"

Os restos mortais do fiel lutador foram solenemente trazidos de volta para Ecône. Em vestes pontificais, ficaram velados na capela de Notre Dame des Champs. A multidão formou fila por toda a semana; até o Núncio e Dom Schwery, bispo de Sion, vieram e abençoaram o corpo daquele que o Papa declarou excomungado. O corpo foi assistido dia e noite, da segunda  [dia 25 de março] até a terça-feira da Páscoa [2 de abril]. O Arcebispo recebeu uma benção final na manhã de 2 de abril, e então o caixão foi fechado. Uma placa foi afixada sobre o mesmo, ornado com as armas do Arcebispo e as palavras que ele pediu que se gravasse: Tradidi quod et accepi.

Lentamente o Arcebispo foi carregado sobre os ombros de seus padres e passou pela multidão de vinte mil fiéis que se reuniram para o funeral. Foi levado pelo campo de Ecône no qual ele muitas vezes transmitiu a graça do sacerdócio. Então chegou à “basílica-tenda”, no fundo do campo, onde ocorreriam a Missa e as Absolvições Pontificais. O clima estava frio e nublado; o sol apenas brilhava no lado oposto do vale. De repente, no meio da cerimônia, ele lançou suas luzes na imensa multidão de amigos da Fraternidade São Pio X. O calor se espalhou. Então, quando o corpo foi levado de volta pelo campo, debaixo do céu azul, a seu lugar de descanso em Ecône, vinte mil almas sentiram em seus corações que ali a vida estava passando e continuando. Este também era o sentimento nos corações de seus filhos no sacerdócio, cada um deles segurando uma pequena vela acesa na ofuscante luz refletida nas rochas atrás de Ecône. A Tradição estava viva.

No livro de condolências, um dos “soldados católicos” que seguiu a Tradição da Igreja graças a Dom Lefebvre, escreveu estas breves linhas: “Obrigado por intervir, por salvar o sacerdócio, por ter sido o nosso porta-bandeira, por ter se oferecido em holocausto para salvar o seu povo”.

Sim, ele amou a Igreja com todo o seu coração até os próprios limites do amor: in finem dilexit. Não teria ele mostrado o maior amor possível? Ele amou mais do que muitos, esse homem que até o último instante “acreditou na caridade que Deus tem por nós”.

Referência Bibliográfica:

Marcel Lefebvre, The Biography – Dom Bernard Tissier de Mallerais, 608-614, Angelus Press, 2004.

Créditos da Tradução (Fratres In Unum)

Fonte: https://fratresinunum.com/2011/03/25/
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