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A "IGREJA" FUNDADA NO "CONCÍLIO LIBERAL VATICANO II" É CISMÁTICA

“A "igreja conciliar" é uma Igreja cismática, porque rompe com a Igreja Católica como sempre foi. Ela tem novos dogmas, o seu novo sacerdócio, as suas novas instituições, o seu novo culto, todos já condenados pela Igreja em muitos documentos, oficiais e definitivos. Esta Igreja Conciliar é cismática porque tomou por base, para o seu aggiornamento, princípios opostos aos da Igreja Católica, como o novo conceito da Missa expressa nos números 5, do Prefácio do [decreto] ‘Missale Romanum’, e 7, do seu primeiro capítulo, que atribui à assembleia um papel sacerdotal que não pode exercer; como, similarmente, o natural – vale dizer aqui: divino – direito de toda a pessoa e de todo o grupo de pessoas à liberdade religiosa. Este direito à liberdade religiosa é blasfemo, pois atribui a Deus objetivos que destroem a Sua Majestade, a Sua Glória, a Sua Realeza. Este direito implica liberdade de consciência, liberdade de pensamento, e todas as liberdades maçônicas. A Igreja que afirma tais erros é ao mesmo tempo cismática e herética. Esta Igreja Conciliar é, portanto, não católica. Na medida em que Papa, bispos, sacerdotes e fiéis aderirem a esta nova Igreja, eles se separam da Igreja Católica”
[ Dom Marcel Lefebvre, 29 de junho de 1976, por ocasião da sua suspensão “a divinis” por Paulo VI ]
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“É preciso resistir, absolutamente resistir, resistir a qualquer custo. E agora chegou ao que, sem dúvida, vos interessa; mas eu digo: Roma perdeu a Fé, caros amigos, Roma está na apostasia. Estas não são palavras, não são palavras (disparadas) no ar que vos digo, é a verdade! Roma está na apostasia. Não se pode mais dar confiança a essa gente. Eles abandonaram a Igreja; abandonam a Igreja, é certo, certo, certo. Eu resumi isto ao Cardeal Ratzinger em poucas palavras, porque digamos que é difícil resumir toda esta situação, mas eu lhe disse: ‘Eminência, mesmo se Vós nos concedeis um Bispo, mesmo se nos concedeis certa autonomia em relação aos Bispos, mesmo se nos outorgasses toda a liturgia vigente até 1962 e nos permitisses continuar a obra dos seminários da Fraternidade tal como o fazemos atualmente, nós não poderíamos colaborar convosco; é impossível, impossível, porque nós trabalhamos em duas direções diametralmente opostas: Vós trabalhais em prol da descristianização da sociedade, da pessoa humana e da Igreja, enquanto os nossos esforços estão dirigidos para a cristianização. Não podemos, portanto, nos entender’.
[ Fideliter n. 66 – Setembro-Outubro de 1988 ]
Por Eduardo Almeida
AS FALSAS RELIGIÕES FORAM INVENTADAS PELO DEMÔNIO
"Os Papas, que de maneira alguma eram liberais e que permaneceram firmes na Fé, sempre distinguiram explicitamente a Verdadeira Religião das falsas. De que espírito vem as falsas religiões? De Deus ou do demônio? Si são falsas, foram inventadas pelo espírito do erro e da mentira, e o mestre da mentira e do erro é o demônio"
Os progressistas ficam furiosos quando dizemos que as outras religiões são falsas. Eles não suportam ouvir isso. "Então você condena todas as outras religiões?" “Todas as outras religiões são ruins?” “É algo visceral para eles e seu conceito está de acordo com o próprio princípio do liberalismo, segundo o qual todas as religiões são boas”.
Dizem os modernistas: “Você acredita que somente a Religião Católica é boa e capaz de fazer o bem à sociedade? Mas veja a piedade dos muçulmanos e dos budistas ...”
As falsas religiões foram inventadas pelo demônio justamente para afastar populações e países inteiros de Nosso Senhor <Jesus Cristo>, e impedi-los de se tornarem Católicos e ouvirem a Verdade. Não há dúvida. É por isso é quase impossível converter muçulmanos.
Durante 15 anos estive em Dakar com 3 milhões de muçulmanos, 100 mil católicos e 400 animistas, e se durante esses 15 anos se converteram 10 muçulmanos foi muito. Queria dizer que realmente se converteram e saíram do islamismo para o Catolicismo. Não digo que não houve uma certa influência Católica, mas foi graças às nossas escolas, em que tivemos entre 10 e 15% de alunos muçulmanos. E eu não queria que houvesse mais, porque senão haveriam imposto o islã em nossas escolas. Quando são fortes, se impõem e formam um movimento para converter os outros. Quando eles estão fracos, escutam e se calam.
Naturalmente, os jovens que estudavam em nossas escolas receberam uma influência, e talvez alguns deles desejassem o batismo. Isso pode ser. Porém é muito difícil para um jovem se converter – do islamismo – para o Catolicismo, porque o expulsam de sua família e ele sabe que existe até o perigo de ser envenenado. Claro!
“Somente” podem chegar – mais facilmente - à conversão aqueles que são estudantes na universidade, porque são independentes. Sabem que o futuro deles está assegurado. Eles não necessitam da sua família; eles vão para a Europa e lá eles podem se converter. Mas converter alguém que está em sua família é praticamente impossível. Ao inspirar essa religião islâmica, o demônio tem conseguido realmente impedir a conversão de milhões de homens.
É relativamente mais fácil converter os protestantes. Antes do Concílio (Vaticano II), sempre havia muitos que se convertiam, porém agora já não mais. Entende-se, uma vez que – após o CVII - a “Igreja Católica”, tendo se protestantizado, já não se apresenta como o ideal que os protestantes possam desejar. Já não lhes oferece interesse algum.
Também alguns judeus se converteram, mas há um perigo porque nunca sabemos se eles realmente se converteram ou se é somente aparentemente para facilitar ou preservar seus interesses materiais ou sua situação. É muito difícil descobrir, mas é fato que houve um certo número que se converteu.
Monsenhor Marcel Lefebvre
Sou eu, o acusado, que deveria julgá-los
FONTE:
https://fsspx.mx/es/news-events/news/las-falsas-religiones-han-sido-inventadas-por-el-demonio-palabras-de-mons-lefebvre
DOM FELLAY CONTRA O CVII

Na Quinta-feira Santa - 29 de março de 2018 - no Seminário São Pio X de Ecône, D. Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade de São Pio X, celebrou a Missa Crismal cercado por muitos sacerdotes. É durante esta Missa que são consagrados os santos óleos que serão usados durante o ano todo: o óleo dos catecúmenos para o batismo e a ordenação sacerdotal, o óleo dos enfermos para a extrema-unção e o santo crisma para o batismo e confirmação. Em seu sermão, o bispo Fellay recordou a dependência necessária diante de Deus e esclareceu a natureza da obediência em relação às autoridades romanas.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
Prezados Senhores Padres, caros seminaristas, queridos fiéis,
Nesta manhã, temos a alegria – de acordo com a Tradição da Igreja – de confeccionar os santos óleos, os Santos Óleos que servirão em quatro dos sete sacramentos da Igreja, alguns para a validade, outros para a perpetração do sacramento. Esta cerimônia é muito, muito especial, e ainda que tenhamos que ser breves, visto que os sacerdotes devem voltar ao seu ministério, devemos mesmo assim apresentar-lhes algumas noções.
TER BELOS ORNAMENTOS
A primeira é que, de acordo com o que sei, este é o único lugar de todo o missal onde se encontra nas rubricas a exigência de ter belos ornamentos. A Igreja pede que o bispo esteja vestido de vestes preciosas. Isso não quer dizer que esta seja a única vez onde as coisas devem ser assim, denota a preocupação da Igreja, tão bem expressa por São Pio X: o povo cristão deve orar sobre a beleza. Trata-se do culto de Deus. É de tal forma normal, deveria ser evidente que, para honrar o bom Deus, damos-Lhe o melhor e, portanto, temos esse cuidado, especialmente nós que queremos manter toda a liturgia em toda a sua beleza, em toda a sua expressão. A liturgia é o culto de Deus e, portanto, que tenhamos esse cuidado com a beleza, em toda Santa Missa, em todo ato litúrgico, é necessário ter essa preocupação. Não é simplesmente fazer qualquer coisa, trata-se de honrar a Deus, glorifica-Lo, trata-se de toda a nossa adoração e nosso amor ao bom Deus. E como em todo amor, a gente cuida dos detalhes.
A IGREJA É PROFUNDAMENTE HIERÁRQUICA
Uma segunda noção: esta cerimônia expressa a profunda natureza da Igreja, profundamente hierárquica. Foi o bom Deus que quis as coisas. Tudo de bom, tudo de bom, tudo o que recebemos, recebemos do bom Deus. Quer se tratem das graças, quer se tratem de certas qualidades, dos poderes, tudo, tudo vem de Deus. E o modo de distribuir esses dons, sobretudo os dons sobrenaturais, está de tal forma expressa nesta Missa. Antes de tudo, a transmissão da graça. Tudo decorre da Santa Missa.
Verdadeiramente todas as graças que recebemos foram merecidas por Nosso Senhor na cruz, em Seu Sacrifício. E a Missa, a Santa Missa, que não é apenas a renovação, mas a perpetuação da Cruz, é exato e identicamente o mesmo Sacrifício de Nosso Senhor na cruz. Bem, esta Santa Missa será o instrumento utilizado por Deus para difundir por toda a terra Sua graça.
É assim que todos os sacramentos têm um vínculo com a Santa Missa, e este elemento material que irá servir de matéria para muitos Sacramentos, que são os santos óleos. Bem! Estes santos óleos serão confeccionados na Santa Missa durante a Missa.
Todos os sacramentos são canais da graça. Essa graça que nos é merecida, a fonte é a Missa. E esses canais são os sacramentos, que nos trazem as graças que foram merecidas no altar. Nós vemos isso muito bem nos santos óleos. Somente o bispo tem o poder de confeccionar os santos óleos. E em todas as dioceses, há uma missa por ano onde estes santos óleos são preparados e, depois, deste lugar, são distribuídos por toda a diocese. Para nós é muito mais que uma diocese, ele vai para o mundo todo. Os santos óleos que serão usados no batismo, na confirmação, no sacerdócio, na extrema unção, por toda a Europa, pela África, pela Ásia, são preparados aqui.
Vemos como tudo decorre da cabeça, como a Igreja é hierárquica. É o que acontece também com o poder. É o bispo que delega em seguida aos seus sacerdotes os poderes para exercer o ministério. O padre é apenas um ajudante, um colaborador que recebe seus poderes do bispo. E, claro, há a cabeça na Igreja, que é o papa. É por isso que dizemos que ela é monárquica. Podemos ver muito bem essa hierarquia. É assim que Deus quer que Sua graça seja distribuída ao povo fiel.
DEPOIS DA SANTA HÓSTIA VÊM OS SANTOS ÓLEOS
Outra noção: quando vemos como os sacerdotes vão acolher o Santo Crisma. Eles farão três genuflexões, cantando em cada uma o “Ave sanctum Chrisma”. É o que a Igreja exige, como veneração daqueles que têm o direito de tocar os santos óleos. Apenas o diácono e o sacerdote têm essa permissão. Assim como a Santa Hóstia. Entre todos os dons preciosos da Igreja, não há dúvida de que depois da Santa Hóstia vêm os óleos sagrados. O diácono e o subdiácono têm o direito de tocar os utensílios, a santa paterna, o cálice, o cibório, o corporal, todos os elementos materiais que tocaram Nosso Senhor. Mas o subdiácono não tem o direito de tocar os santos óleos. Os santos óleos podem ser preservados em uma espécie de tabernáculo. Na sacristia ou na parede da igreja. Um tabernáculo que deve ser adornado como o tabernáculo, com seda. Tudo isso demonstra um extremo cuidado e poderíamos perguntar, enfim, o porquê … do óleo.
Nas orações, o bispo diz que o Espírito Santo habita, HABITA, nos santos óleos. Evidentemente, não devemos fazer uma comparação com a Santa Hóstia, é completamente diferente. A Santa Hóstia é Jesus; a Santa Hóstia consagrada, sabemos bem que a substância do pão foi modificada, precisamente transubstanciada na substância do corpo de nosso Senhor. Quando vemos a hóstia, vemos Jesus. Não há de modo algum a mesma coisa com os santos óleos. Mas a habitação do Espírito Santo deve ser entendida no sentido de que o Espírito Santo vai passar, de certa forma, através dos santos óleos, essa matéria para transmitir a graça. Logo, trata-se de algo muito precioso.
E que os sacerdotes tenham esse cuidado, esse cuidado de conservar, de tratar adequadamente os santos óleos, não importa como. Diz-se, “Assueta vilescunt”, estas são as coisas que estamos acostumados, nos acostumamos com elas, elas se tornam vis, elas se tornam comuns. O culto a Deus não deve se tornar algo comum. Não há pequenas coisas no serviço de Deus. Deus é imensamente grande, no Te Deum falamos de imensa majestade. É uma majestade que não pode ser medida por sua grandeza. E o culto a Deus consiste justamente em honrar, adorar, venerar essa majestade de Deus. Não há nada pequeno, nada insignificante, mesmo que humanamente se possa ter essa impressão. É necessário ter este olhar de fé, e, assim, este cuidado da ordem, da limpeza, da beleza de tudo o que envolve o culto de Deus.
HOJE, NA IGREJA O SENTIDO DE DEUS, O SENTIDO DA GRANDEZA DE DEUS, DA VERDADE DE DEUS, DE NOSSO SENHOR FOI PERDIDO
Eis o nosso último ponto, quando olhamos para o que está acontecendo na Igreja hoje, realmente temos a impressão de que este sentido de Deus, o sentido da grandeza de Deus, da verdade de Deus, de Nosso Senhor, foi perdido. E que esta nova liturgia por si só faz se perder esse significado. Como puderam, como se atreveram a fazer uma Missa tão vil, tão vazia, tão rasa?
Não é assim que podemos honrar a Deus. E com isso, com essa maneira tão comum, vejam como as pessoas se comportam. Não as culpamos, elas não podem fazer nada, é assim. Mas vejam como eles se comportam quando entram em uma igreja! Vejam como eles fazem, eles nem sabem mais que é a casa de Deus. Repetiram-lhes de tal modo que o que contava era o povo de Deus. E não mais o bom Deus. E assim, perdemos tantas e tantas coisas.
E nós, por graça de Deus, temos todos esses tesouros que se chama a Tradição. É todo um conjunto de tesouros, que são os tesouros da Igreja, e é desses tesouros que decorre a graça santificante, que leva ao Céu, que faz abandonar o mundo, o pecado. Tudo isso é um todo. Que dever temos, um dever verdadeiramente sagrado, de preservar esses bens. Não só para nós, mas para as gerações futuras. Para a igreja. Esses tesouros são os tesouros da Igreja, não nossos. Eles são nossos porque nós somos da Igreja.
EM NOME DESTE ESTADO DE NECESSIDADE, O PERIGO É SELECIONAR
E aqui também o perigo, um dos perigos desta situação, (quando) constatamos certas autoridades, certos prelados que começam a fazer e dizer qualquer coisa, é mandá-los passear. É um grande perigo. Então nos encontramos em uma condição onde, em nome da necessidade, o que nós chamamos de estado de necessidade, que é verdadeiro, real, trágico na Igreja, em nome deste estado de necessidade, o perigo de selecionar. Liberte-se. Existem princípios que são aplicados de forma errada. Por exemplo, tudo isso é confuso, então lex dubia, lex nulla . Ou seja, in dubio libertas . Vamos lá. É um perigo.
O perigo de querer ou de pretender que visto que tudo vai mal, somos livres para fazer o que queremos. Essa atitude é perigosa, é falsa, não é cristã. É verdade, há casos, e até muitos, se tornou uma circunstância, onde somos obrigados a recusar a aplicação de muitas leis novas, modernas, porque vemos que elas fazem mal às almas. Estamos em uma situação em que a Igreja – teólogos a previram, a analisaram – essa situação onde a aplicação de uma lei causará um dano. Isso pode acontecer. Entre os homens, isso pode acontecer. Os homens não conhecem todas as circunstâncias e, portanto, quando eles criam certas leis, eles sabem que pode haver exceções onde a lei também não existe mais, não, não isso, mas é suspensa.
Então, qual é a atitude correta nessa situação? Bem, é aquela que São Tomás nos indica: quando não podemos aplicar uma lei, porque causaria um dano, devemos nos perguntar qual é a intenção do legislador quando ele elaborou esta lei. O que ele queria? E olhando essa intenção do legislador, encontraremos a resposta para a situação atual. E assim, mesmo que materialmente se tenha a impressão de estar em desobediência, formalmente se mantém o princípio da obediência, visto que não se faz o que se quer, mas se busca o que quer o legislador, aquele que fez a lei. Procuramos justamente a intenção, o por que desta lei, e sabemos que a intenção final, aquela que domina tudo, é a salvação das almas. Por que existem leis na Igreja? E mesmo todas as leis da Igreja por uma única coisa, salvar, salvar as almas. E é claro que este é o grande princípio, e mesmo na nova lei canônica está expresso este princípio. Mas devemos ter cuidado, porque é verdade que esta situação, que persiste, que persiste e continua, pode gerar maus hábitos. Logo, devemos nos examinar, devemos ter o cuidado de nos colocar nesse estado de dependência do bom Deus e, também, sempre que possível, das autoridades.
NÃO PODEMOS NOS APROXIMAR DESSAS AUTORIDADES COM TOTAL CONFIANÇA
Isso significa que devemos procurar soluções a todo custo com Roma e assim por diante? Obviamente, mas não a qualquer preço, porque a primeira condição é precisamente servir a Deus, é a salvação das almas. Quando vemos que há inúmeras coisas sendo feitas hoje que são prejudiciais à salvação, é evidente que temos de dizer não, e é por isso que temos de nos aproximar das autoridades com extrema prudência. E agora, dissemos a Roma: escute, se os senhores têm a intenção de nos fazer mudar, de nos fazer aceitar as coisas modernas, então paramos por aqui, não vamos mais adiante, porque não aceitaremos. Nós não aceitaremos, não queremos. Nem diminuir qualquer coisa que seja à glória que é devida a Deus, nem à nossa salvação, nem à fé, nem à graça.
Evidentemente, nesta situação atual, não podemos nos aproximar dessas autoridades com total confiança. Não é possível. É por isso que dizemos que precisamos ganhar certa confiança, e isso deve acontecer através dos atos. Mostre que você quer a Tradição para a Igreja, mostre que você a ama. Infelizmente, quase todos os dias, temos sinais opostos. Quase todos os dias.
Por isso, continuamos esperando de forma serena que o bom Deus possa mudar essas circunstâncias. Veremos quanto tempo devemos esperar. Está realmente nas mãos do bom Deus. Quanto a nós, sabemos, temos um tesouro em nossas mãos, não temos o direito de desperdiçá-lo, não temos o direito de diluí-lo. Um de nossos primeiros deveres é, por assim dizer, manter este depósito, é o próprio São Paulo quem dizia isto na Sagrada Escritura – os senhores se dão conta – depositum custodi, manter o depósito. Este depósito foi o bom Deus quem deu à Igreja. Ninguém tem o direito de dissipá-lo. A Igreja, a primeira, não tem o direito, ela deve guardá-lo, e nós, como está em nossas mãos, devemos guardá-lo.
Peçamos hoje este zelo, este zelo pela casa de Deus, este zelo pela glória de Deus e a salvação das almas. Peçamos por esta profunda fé acompanhada por esta caridade ardente que deseja realmente ganhar todas as almas possíveis, todas as almas possíveis para Deus, para que possam ser salvas. Para que Deus seja glorificado.
Assim seja.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Bispo Dom Bernard Fellay (Superior da Fraternidade Sacerdoral São Pio X)
Fonte: https://www.fsspx.com.br/d-fellay-necessaria-dependencia-diante-de-deus-e-natureza-da-obediencia-em-relacao-as-autoridades-romanas/
DOM MARCEL LEFEBVRE (1905-1991)

¿Você já assistiu a Santa Missa Tridentina após o Culto de 1969?
“Somos todos filhinhos Dele"
No aniversário de morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, apresentamos a nossos leitores os últimos instantes desse heróico bispo a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos. Obrigado, Monsenhor!
TEMPO DA PAIXÃO:
Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.
Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”: “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.
HOSPITALIZAÇÃO E OPERAÇÃO:
Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.
O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.
Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.
Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”.
Analgésicos ajudavam a diminuir seus sofrimentos e era alimentado intravenosamente. Brincava, dizendo às enfermeiras: “Vocês fizeram um bom negócio comigo: estou pagando integralmente e vocês sequer estão me alimentando!”
Além do mais, era muito paciente e os médicos tiveram que repreendê-lo para que falasse sobre suas dores. As enfermeiras acharam-no muito gentil e excepcionalmente discreto: nunca usara o sino para pedir atenção. Não queria incomodar os outros. Estava um pouco preocupado com as conseqüências de uma cirurgia, mas ao mesmo tempo resignado e confiante. Disse por diversas vezes: “Terminei meu trabalho e não posso fazer mais. Não me resta senão rezar e sofrer”.
Na segunda-feira, 11 de março, sentiu um calafrio subindo suas pernas e pediu a Extrema-Unção, que recebeu com grande recolhimento e simplicidade, mantendo seus olhos fechados e respondendo ao sacerdote de maneira muito clara. Em seguida, pediu a benção apostólica in articulo mortis (na hora da morte) e então abriu seus olhos tranquilos, sorriu, agradeceu ao sacerdote e acrescentou: “Quanto às orações pelos moribundos, podemos esperar um pouco mais”.
Melhorara um pouco, mas ainda não havia começado a rezar novamente seu breviário. “Então rezo algumas orações simples. Não sirvo para mais nada. Nada mal”.
Ele já havia passado por numerosos exames quando na quinta-feira, 14 de março, os médicos decidiram dar-lhe uma refeição que apreciasse e que lhe desse alguma resistência. Mas ele não a comeu, a fim de que pudesse receber a Sagrada Comunhão… o Padre estava com pressa. Na mesmo dia, um dos médicos disse ao Padre Denis Puga: “Padre, devo lhe dizer algo. Passei o dia com o Arcebispo por causa dos exames. Ele é um homem extraordinário, e sinceramente é um prazer estar com ele. Que bondade! É possível ver a bondade divina em sua face. O senhor realmente é privilegiado por estar tão próximo dele. As pessoas não percebem quando o vêem nos jornais. Pedi ao Arcebispo que rezasse por mim”.
Esse médico não era católico. Na sexta-feira, 15 de março, Dom Lefebvre foi levado a Monthey para ser examinado por um tomógrafo. Voltou ao hospital onde seus padres o encontraram com certa dificuldade por causa do intravenoso, que estava lhe causando inchaço:
“Suas veias estão muito difíceis”, disse-lhe o Padre Simoulin.
“Não, muito pelo contrário, parece que elas estão bem e miúdas. Que tal… para um bispo de ferro!”
No sábado, dia 16, Sitientes, as ordenações ao subdiaconato ocorreram em Ecône. “Estava unido em oração com a ordenação”, disse o Arcebispo ao Padre Puga.
“É a primeira ordenação, e ela não teria ocorrido se o senhor não nos tivesse dado bispos”.
“Sim, de fato aquele ano de 1988 foi uma grande graça, uma benção do Senhor, uma verdadeiro milagre. Esta é a primeira vez que fiquei seriamente doente em que também fiquei perfeitamente em paz. Devo admitir… desculpe… mas antes, quando eu ficava doente, estava sempre preocupado pelo fato da Fraternidade ainda precisar de mim e de que ninguém poderia fazer o meu trabalho. Agora estou em paz, tudo está pronto e caminhando bem”.
No domingo, dia 17, Domingo da Paixão, após receber a Sagrada Comunhão, ele explicou que seria operado nos próximos dias e advertia: “Que o Senhor me leve, se quiser”.
Assim, a cirurgia ocorreu na segunda-feira da Semana da Paixão: “Quando o médico me pediu para contar até dez enquanto eu adormecia, fiz um grande sinal da Cruz… e então… não havia mais nada. Depois acordei e perguntei: “Então a cirurgia não está indo adiante?”
“Mas Sr. Lefebvre [sic], já acabou”, responderam.
Este foi o relato que o Arcebispo fez de sua cirurgia. O cirurgião removeu um grande tumor, do tamanho de mais ou menos três toranjas. Aconteceu de ser canceroso, mas nada foi dito ao paciente. Estava exausto pela cirurgia, mas sorriu por detrás de sua máscara de oxigênio e do tubo estomacal. Na noite da quarta-feira, ficou ansioso; seus membros estavam terrivelmente inchados e tinha dores nas costas e de cabeça. Disse: “É o fim, tenho uma terrível dor de cabeça. O bom Deus deve vir e me levar. Quero realmente morrer com um pouco dos meus padres ao meu redor para rezarem a oração pelos agonizantes. Eles não podem me negar isso”.
Pensava que seus padres estavam sendo impedidos de vê-lo e a chegada de Padre Puga, na manhã da quinta-feira, o acalmou. Ficou novamente otimista e muito mais alegre. No Sábado da Semana da Paixão, Dom Lefebvre falou sobre os procedimentos humilhantes e dolorosos que tivera de sofrer, e disse que o menor dos esforços o exauria. Suas mãos estavam inchadas.
“Estamos no tempo da Paixão”, disse o Padre Simoulin.
O Arcebispo fechou seus olhos e repetiu: “Sim, é a paixão!”. Ele não podia receber a Comunhão: “Sinto falta… preciso dela… ela me dá força”, disse tristemente.
Na noite do mesmo dia, Padre Puga o contou sobre algumas observações do Cardeal Gagnon na 30 Giorni, no sentido de que não encontrara nenhum erro doutrinal em Ecône. O Arcebispo encolheu os ombros: “Um dia a verdade virá. Não sei quando, mas o bom Deus o sabe. Mas virá”.
SOFRIMENTO E MORTE:
Ao final, o Arcebispo não tinha a menor dúvida de que fizera a coisa certa. Como veremos, seu fim foi, assim como sua vida, centrado e fortalecido por uma fé que era simples, discreta e modesta. Parece não ter havido mensagens espirituais ou novissima verba – “últimas palavras”. Fez algumas poucas observações que eram aparentemente comuns ou “mesmo travessas, embora não maliciosas”, cuja importância apenas seriam visíveis posteriormente, especialmente com relação àqueles que pouco ou nada conheciam Dom Lefebvre e que não poderiam imaginar como ele morreu, já que não viram como ele viveu.
No Domingo, 24 de março, o primeiro dia da Semana Santa, as condições do paciente repentinamente pioraram. Na sexta-feira, pediu por seu relógio e aparelho auditivo (prova de que estava se sentindo melhor) e no sábado pensaram em transferi-lo de volta para seu quarto no dia seguinte. Mas no domingo, a esperança deu lugar à preocupação: o Arcebispo tinha uma temperatura muito alta e o cardiologista decidiu mantê-lo na unidade de tratamento intensivo. Estava agitado e sentia dores, e falava incessantemente, mas por conta da máscara de oxigênio havia dificuldade para compreendê-lo. Todavia, Jo Grenon decifrou: “Somos todos filhinhos Dele”. Quando Grenon o deixou, o Arcebispo sorriu e estendeu sua mão para dizer adeus.
Quando o Padre Simoulin disse a ele que seu irmão Michel Lefebvre viera, sorriu o máximo que pôde e a alegria brilhou em sua face. Por volta das 7 da noite, o reitor de Ecône retornou ao hospital, mas assim que entrou na unidade de tratamento intensivo, ouviu o assustador som do forte gemido que podia ser ouvido acima dos barulhos vindos do equipamento ao lado; ele aumentava ainda mais por causa da máscara de oxigênio. O Arcebispo estava absolutamente exausto e não podia falar, mas compreendia tudo que o padre lhe disse: “Excelência, o retiro que o senhor estaria pregando para nós… está sendo pregado de uma maneira que não prevíamos!”. O Arcebispo sorriu. “Alguns dos fiéis de Valais, incluindo os motoristas [ndr: amigos pessoais de Dom Lefebvre], estão seguindo o retiro conosco”. E o Arcebispo sorriu novamente.
Então o padre notou o Crucifixo do cubículo e fez uma observação, enaltecendo o hospital e seu bom diretor, que colocava todo paciente sob o olhar do Redentor. Muito lentamente o Arcebispo moveu sua cabeça à esquerda, para olhar na direção em que o Padre apontara, e então suavemente fechou os olhos.
Um sorriso… um olhar para o Crucificado… estas foram as últimas palavras de Dom Lefebvre. Um sorriso… para dizer obrigado, para acalmar, para encorajar os outros a terem a mesma serenidade, um sorriso de caridade e atenção aos outros, no esquecimento de si mesmo. Um olhar em direção ao Crucifixo, o último gesto consciente que seus filhos viram-no fazer: o olhar adorador do contemplativo e do sacerdote.
Por volta das 11:30 da noite, o hospital ligou para Ecône: Dom Lefebvre acabara de sofrer uma parada cardíaca e estava em processo de ressuscitação. Os Padres Simoulin e Laroche encontraram o Arcebispo respirando com grande dificuldade: seus olhos estavam fixos e vidrados. Fora-lhe administrada uma massagem cardíaca e devia ter sofrido uma embolia pulmonar.
Enquanto o Padre Laroche retornava ao seminário para acordar a comunidade e levá-la para rezar na capela, Padre Simoulin permanecia com o Arcebispo, que dolorosamente tentava respirar; era como a agonia do Crucificado. Com o passar do tempo, seu rosto ficava mais revestido de dor enquanto as medições nos monitores diminuíam pouco a pouco.
Por volta das 2:30 da madrugada, seu declínio se acelerou e sua respiração diminuiu, ao passo em que a dor ainda traçava uma marca em sua fronte. Pouco a pouco tudo se acalmava. Em torno das 3:15 da madrugada, o padre disse à enfermeira: “Sua alma está apenas esperando por uma coisa: deixar seu corpo que sofre e estar com Deus”;
“Acho que a alma está deixando agora”, disse a enfermeira, saindo depois.
Padre Simoulin começou então as orações pelos agonizantes. “Exatamente no momento em que eu terminara”, disse, “era por volta das 3:20 da manhã, e o Superior Geral, Padre Schmidberger, entrou na unidade de tratamento intensivo. O monitor do pulso caiu até ‘00’, mas ainda se podia ouvir a respiração: era o Arcebispo ou a máquina? Ofereci o ritual ao Padre Schmidberger, que recomeçou as orações in expiratione”.
Alguns últimos surtos de dor relampejaram do rosto do Arcebispo e então, por volta das 3:25 da madrugada, os sofrimentos cessaram completamente e ele retornara à paz novamente. O Superior Geral então fechou os olhos do amado pai.
Era uma segunda-feira da Semana Santa, 25 de março, festa da Anunciação da Santíssima Virgem Maria, o dia em que o Céu sorriu para a Terra e quando a esperança renasceu nas almas: o dia da Encarnação do Filho de Deus e da ordenação sacerdotal de Jesus Cristo como Sumo Sacerdote. Neste dia, a alma de Marcel Lefebvre foi julgada…
Em Lille, quinze anos antes, ele disse: “Quando eu estiver diante de meu Juiz, não quero ouvi-lo dizer a mim: ‘Vós também, vós deixastes a Igreja ser destruída’”.
Então, naquele 25 de março de 1991, quando Deus o perguntou o que fizera com a graça de seu sacerdócio e episcopado, o que, de fato, poderia ele ter respondido, esse velho soldado da Fé, esse bispo que restaurou o sacerdócio Católico?
“Senhor, vede, eu transmiti tudo o que podia ter transmitido: a Fé Católica, o sacerdócio Católico e também o episcopado Católico; Vós me destes tudo isso e tudo isso transmiti para que a Igreja pudesse continuar”.
“Vosso grande Apóstolo disse, ‘Tradidi quod et accepi’ e como ele eu quis dizer: ‘Tradidi quod et accepi’, transmiti o que recebi. Tudo que recebi, transmiti”.
"NINGUÉM TEM MAIOR AMOR:"
Os restos mortais do fiel lutador foram solenemente trazidos de volta para Ecône. Em vestes pontificais, ficaram velados na capela de Notre Dame des Champs. A multidão formou fila por toda a semana; até o Núncio e Dom Schwery, bispo de Sion, vieram e abençoaram o corpo daquele que o Papa declarou excomungado. O corpo foi assistido dia e noite, da segunda [dia 25 de março] até a terça-feira da Páscoa [2 de abril]. O Arcebispo recebeu uma benção final na manhã de 2 de abril, e então o caixão foi fechado. Uma placa foi afixada sobre o mesmo, ornado com as armas do Arcebispo e as palavras que ele pediu que se gravasse: Tradidi quod et accepi.
Lentamente o Arcebispo foi carregado sobre os ombros de seus padres e passou pela multidão de vinte mil fiéis que se reuniram para o funeral. Foi levado pelo campo de Ecône no qual ele muitas vezes transmitiu a graça do sacerdócio. Então chegou à “basílica-tenda”, no fundo do campo, onde ocorreriam a Missa e as Absolvições Pontificais. O clima estava frio e nublado; o sol apenas brilhava no lado oposto do vale. De repente, no meio da cerimônia, ele lançou suas luzes na imensa multidão de amigos da Fraternidade São Pio X. O calor se espalhou. Então, quando o corpo foi levado de volta pelo campo, debaixo do céu azul, a seu lugar de descanso em Ecône, vinte mil almas sentiram em seus corações que ali a vida estava passando e continuando. Este também era o sentimento nos corações de seus filhos no sacerdócio, cada um deles segurando uma pequena vela acesa na ofuscante luz refletida nas rochas atrás de Ecône. A Tradição estava viva.
No livro de condolências, um dos “soldados católicos” que seguiu a Tradição da Igreja graças a Dom Lefebvre, escreveu estas breves linhas: “Obrigado por intervir, por salvar o sacerdócio, por ter sido o nosso porta-bandeira, por ter se oferecido em holocausto para salvar o seu povo”.
Sim, ele amou a Igreja com todo o seu coração até os próprios limites do amor: in finem dilexit. Não teria ele mostrado o maior amor possível? Ele amou mais do que muitos, esse homem que até o último instante “acreditou na caridade que Deus tem por nós”.
Referência Bibliográfica:
Marcel Lefebvre, The Biography – Dom Bernard Tissier de Mallerais, 608-614, Angelus Press, 2004.
Créditos da Tradução (Fratres In Unum)
Fonte: https://fratresinunum.com/2011/03/25/
O ANTICONCÍLIO MAÇÔNICO DE NÁPOLES

O ANTICONCÍLIO MAÇÔNICO DE NÁPOLES
(POR DOM CASTRO MAYER):
Em 8 de dezembro de 1869 abriu-se em Roma o 1º Concílio do Vaticano. No mesmo dia, Giuseppe Ricciardi, deputado da Sabóia, inaugurava em Nápoles o “Anticoncílio Maçônico”, ao qual aderiram maçons de toda Europa. Destacam-se Victor Hugo, Edgard Quinet, Michelet e notadamente Giuseppe Garibaldi, o homem da destruição do poder temporal dos Papas. Pio IX tencionava firmar a Fé do povo católico contra o Racionalismo e o Naturalismo, implantados pela Revolução Francesa. A Maçonaria pretendia obviar a obra de Pio IX. Ricciardi sintetiza a tarefa do Concílio Maçônico nesta frase: “à cegueira e à mentira representadas pela Igreja Católica, particularmente o Papado, fazia-se uma declaração de guerra perpétua em nome do sagrado princípio da liberdade de consciência”.
Dia 16 de dezembro de 1869 o Concílio maçônico publicava suas resoluções: autonomia do Estado face à Religião, abolição da Religião de Estado, neutralidade religiosa do Ensino, independência da Moral diante da Religião.
A revista italiana católica “Chiesa viva” em seu número de novembro de 1984 dá o seguinte balanço, ao relacionar o anticoncílio maçônico de 1869 e o 2º Concílio do Vaticano, realizado menos de um século depois:
“A quem considera, entre os documentos do Vaticano II, o parágrafo 75 da constituição “Gaudium et spes” e de modo particular, a declaração “Dignitatis humanae” sobre a Liberdade Religiosa, não pode não perceber que este concílio acolhe todos os mais importantes princípios do “Anticoncílio” de 1869, do qual, em conseqüência, queira-se ou não, vem a constituir-se a continuação ideal, na oposição ao Vaticano I e ao Sílabo”.
E mais uma vez se registra que o Vaticano II está no centro da Crise da Igreja.
Fonte:
Monitor Campista, 10/03/1985
Heri et Hodie, nº 59, novembro de 1988
Notas:
O anticoncílio ocorreu entre os dias 9 e 10 dezembro de 1869 no Teatro S. Ferdinando de Nápoles. A abertura deveria ocorrer no dia 8 de dezembro, contrapondo o Concílio do Vaticano, porém não foi possível pela a forte pressão exercida pelas autoridades e abriu com um dia de atraso.
No dia 10 de abril, durante a segunda sessão do anticoncilio maçônico de Nápoles, a mesma foi interrompida através do protesto de Católicos, alarmados pelas fortes declarações políticas contidas em algumas intervenções.
As diretrizes do "concílio liberal vaticano II (1962-1965)" foram fomentadas neste anticoncílio maçônico de Nápoles (1869):
1) Liberdade religiosa e maneiras de torná-la completa e segura;
2) Separação entre Igreja e estado (estado laico, ou seja, estado ateu);
3) Necessidade de uma moral independente da crenças religiosa;
4) A organização de uma associação internacional destinada a promover o bem-estar econômico e moral geral.
[ "Além disto, os 'liberais' proclamaram a liberdade contra a autoridade religiosa; a independência do homem contra o autoridade da Igreja e do estado; a união do povo contra a aliança entre os governantes e o Clero; uma escola livre do ensino religioso; o direito contra o privilégio; o reconhecimento somente do que a ciência e a lei conseguir provar; proclamaram o homem livre e soberano em um estado livre da Igreja como religião oficial; e a mulher deve ser livre dos obstáculos que a Igreja e a legislação se opuserem; e afirmam a necessidade de uma educação livre de todas as formas religiosas, uma vez que a moral é completamente independente da educação religiosa." ]
Imagem:
"Medalha comemorativa do anticoncílio maçônico de Nápoles - 8 dezembro de 1869:
- EM ROMA: Pio IX com os bispos para sancionar o Dogma da Infalibilidade Papal no poder temporal;
- EM NÁPOLES: Pensadores livres que concordam contra o fanatismo e a intolerância da Inquisição."
Segue no link abaixo o conteúdo do anticoncílio:
http://www.liberalsocialisti.org/articol.php?id_articol=244
SONHO DE SÃO JOÃO BOSCO: AS DUAS COLUNAS

SONHO DE SÃO JOÃO BOSCO: AS DUAS COLUNAS
[O PESADELO COMEÇOU, MAS O SONHO NÃO TERMINOU]
<<< NOTA: tudo o que estiver entre colchetes “ [ ] ” é inserção nossa. >>>
“Imagine-se no meio de uma enseada, ou melhor, sobre uma rocha isolada, da qual não se divisa nenhum ponto de terra firme, exceto sob os seus pés. Na extensão desse vasto mar, você divisa uma frota incontável de navios de guerra dispostos para a batalha. As proas desses navios são pontiagudas e perfurantes, de forma a perfurar e destroçar completamente tudo contra o que se lançarem. Os navios são armados com canhões, muitos rifles, materiais incendiários e outras armas de fogo de vários tipos, e avançam contra um navio bem maior e mais alto do que o deles; eles tentam atingi-lo com suas proas ou queimá-lo, causar-lhe mal de todas as maneiras possíveis. [AQUI É MUITO CLARO QUE FALA SOBRE OS NOSSOS INIMIGOS].
Escoltando o majestoso navio plenamente equipado, há um sem-número de barcos menores, que recebem comandos daquele por sinais, reposicionando-se para defenderem-se dos ataques da frota inimiga. Bem no meio dessa imensa extensão marítima, duas poderosas colunas elevam-se, altas, a pequena distância uma da outra. No topo de uma, encontra-se a estátua da Imaculada Virgem Maria, de cujos pés pende uma enorme placa com a inscrição: ‘Auxilium Christianorum: Auxílio dos Cristãos’; sobre a outra, que é ainda mais grossa e maior, há uma enorme Hóstia, de tamanho proporcional ao da coluna; e sob ela, outra placa, com as palavras: ‘Salus Credentium: Salvação dos Fiéis’ [AS DUAS COLUNAS REPRESENTAM A SANTA EUCARISTIA (MAS SERÁ QUE SIGNIFICA A RESTAURAÇÃO DA SANTA MISSA TRIDENTINA?) E NOSSA SENHORA (E SERÁ QUE SIGNIFICA A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA E O TRIUNFO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA?)].
O comandante supremo do navio grande é o Sumo Pontífice. Observando a fúria dos inimigos e malfeitores dentre os quais os fiéis se encontram, ele convoca os capitães dos pequenos barcos e ordena um concílio, para juntos decidirem o que fazer [AQUI FALA SOBRE O PAPA E OS SEUS AUXILIARES: CARDEAIS E BISPOS, CONVOCADOS PARA UM CONCÍLIO].
Todos os capitães vêm a bordo e se reúnem em torno do Papa. Eles iniciam uma conferência, mas nesse meio tempo o vento e as ondas rompem numa grande tempestade, e eles têm de retornar às suas próprias embarcações para salvá-las. Vem, então, uma pequena calmaria; pela segunda vez, o Papa reúne seus capitães em torno de si, enquanto o navio-mãe prossegue em seu curso. Mas a terrível tempestade retorna. O Papa comanda a embarcação e envia todas as suas energias para direcionar seu navio às colunas, de cujo topo pendem muitas âncoras e fortes ganchos ligados a correntes. [PROVAVELMENTE AQUI FALA SOBRE O CONCÍLIO VATICANO “I”, ABERTO EM 1869 E INTERROMPIDO EM 1870 AINDA NO INÍCIO DAS SUAS VOTAÇÕES – OS CARBONÁRIOS (UM DOS BRAÇOS ARMADOS DA SONSA MAÇONARIA) HAVIAM TOMADO À ITÁLIA EM 1860, PORÉM OS MAÇONS ESPERARAM O INÍCIO DO CONCÍLIO PARA TOMAR O VATICANO - ESTE CONCÍLIO DEVERIA SER REABERTO EM TEMPO OPORTUNO PARA QUE FOSSEM CONCLUÍDAS AS VOTAÇÕES DOS DECRETOS PENDENTES (MAS O CONCÍLIO LIBERAL VATICANO II FOI ABERTO QUASE UM SÉCULO DEPOIS (1962-1965) E EM NADA TEVE A VER COM O CONCÍLIO VATICANO (1869-1870). PARALELAMENTE OS MAÇONS HAVIAM ABERTO O ANTICONCÍLIO MAÇÔNICO NA CIDADE DE NÁPOLES EM 1869].
Todas as embarcações inimigas mobilizam-se para atacá-lo; elas tentam detê-lo e afundá-lo, de todas as maneiras ao seu alcance: algumas com livros e escritos inflamáveis, de que dispõem em abundância; outras com armas de fogo, com rifles e outras armas. A batalha recrudesce crescentemente. O inimigo ataca de proa violentamente, mas seus esforços provam não ser eficazes. Eles arremetem em vão, e perdem todo o seu esforço e a sua munição; o grande navio segue inabalável e suavemente seu rumo. Às vezes acontece de ser atingido por formidáveis tiros, ele apresentar grandes brechas laterais; Mas assim que o dano acontece, uma brisa gentil sopra das duas colunas, fechando as fissuras e restaurando os estragos imediatamente.
Entrementes, as armas de fogo dos assaltantes são disparadas; rifles e outras armas, bem como as proas se quebram; muitos navios são atingidos e afundam no oceano. Então, os inimigos enfurecidos passam a lutar corpo-a-corpo, com os punhos, tiros à queima-roupa, blasfêmias e maldições. “De súbito, o Papa cai gravemente ferido. Imediatamente, os que estão com ele o ajudam e o levantam. Uma segunda vez, o Papa é atingido; ele cai de novo e morre. Um grito de júbilo e vitória irrompe dentre os inimigos; de seus navios eleva-se uma indizível zombaria.
Mas assim que o Pontífice cai, um outro assume o seu lugar. Os pilotos, tendo-se reunido, elegeram outro tão prontamente que, com a notícia da morte do anterior já se apresentam as boas novas da eleição do sucessor. Os adversários começam a perder a coragem.
O novo Papa, pondo o inimigo em fuga e superando todos os obstáculos, guia o navio diretamente às duas colunas e consegue descansar entre elas. Ele ancora o seu navio à coluna encimada pela Hóstia, prendendo uma corrente leve que sai da proa a uma âncora presa à coluna; uma outra corrente leve presa à popa é atracada a uma âncora que pende da coluna sobre a qual está a Virgem Maria.
Neste ponto, inicia-se uma grande convulsão. Todos os navios que estiveram até então em luta contra o navio do Papa são dispersados; eles se afastam em confusão, colidem e quebram-se em pedaços, uns contra os outros. Alguns afundam e tentam afundar os outros. Muitas das pequenas embarcações que lutaram galantemente pelo Papa correm a prender-se às colunas. Outras, que se haviam mantido à distância, por medo da batalha, observam cautelosamente de longe; assim que os escombros dos navios afundados são dispersados pelos redemoinhos do mar, elas se aventuram a rumar para as duas colunas, e alcançando-as, fazem-se prender aos ganchos que delas pendem, para se porem a salvo, à sombra do navio principal, onde está o Papa. Reina sobre o mar uma grande calma.”
[ MORAL DA HISTÓRIA:
- O CONCÍLIO VATICANO (1869-1870) SERÁ RETOMADO PARA QUE SEJA CONCLUÍDA AS VOTAÇÕES DOS DECRETOS RESTANTES;
- UM PAPA APÓS A REABERTURA DO CONCÍLIO CATÓLICO, SERÁ FERIDO E POSTERIORMENTE ASSASSINADO;
- UM NOVO PAPA SERÁ IMEDIATAMENTE ELEITO, E ESTE CONSEGUIRÁ ANCORAR O NAVIO PAPAL PRIMEIRAMENTE NA COLUNA QUE REPRESENTA A SANTA EUCARISTIA E POSTERIORMENTE NA COLUNA QUE REPRESENTA NOSSA SENHORA.
- OS INIMIGOS DA SANTA RELIGIÃO SERÃO DESTRUÍDOS, E A SANTA IGREJA CATÓLICA TRIUNFARÁ NOVAMENTE ].