Mostrando postagens com marcador Portugal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Portugal. Mostrar todas as postagens
DOM MIGUEL, O REI QUE REFORJOU A ESPADA

O nome do arcanjo Miguel, padroeiro da Legitimidade, foi despreocupadamente dado ao sétimo filho do príncipe-regente Dom João VI e de sua esposa, a princesa Dona Carlota Joaquina.
No entanto, com o passar dos anos, o destino deste jovem infante tornou-se inegavelmente ligado ao conteúdo profético desse mesmo nome. O Calvário da Legitimidade será personificado por este rei português de forma exemplar, equiparando-o aos outros Monarcas “Detestáveis” – pela sua Catolicidade – na História Europeia, como Carlos Stuart para os Jacobitas Escoceses, Dom Carlos de Borbón para os Carlistas Espanhóis e o Conde de Chambord para os Legitimistas franceses.
Rei Tradicionalista - ou para alguns "Cruel Usurpador" - Dom Miguel posiciona-se na História de Portugal como um dos reis mais controversos, sem dúvida aquele que mais ódios e paixões despertou na nossa complicada Era Contemporânea. Símbolo do Portugal Profundo e Católico que o liberalismo temeu e hostilizou, a sua figura carismática fez sombra à popularidade dos Reis Constitucionais, privando-os da simpatia do povo na mesma medida em que a tinham gozado dos seus antecessores. Conta-se que por ocasião da visita de Dom Pedro V ao Santuário de Nossa Senhora da Rocha, imagem que era alvo particular da devoção miguelista, este havia-se cruzado com uma velhinha que lhe dissera que, embora nutrissem todos os locais de muito carinho por esse rei querido, de quem eles sentiam falta era daquele que lhes fora tirado, aquele que se fora embora. A ameaça do ressurgimento miguelista durou muito depois do exílio de Dom Miguel do território nacional, mantendo-se os seus partidários (o Partido Legitimista) em atividade política ativa ate meados do século XX.
ENTRE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE
O papel que Dom Miguel desempenha na nossa História está ligado a esse duríssimo combate entre a Tradição e a Modernidade que assaltou o Mundo Ocidental a partir do século XVIII. Esse assalto prende-se, contudo, à destruição da unidade do mundo cristão iniciado pela Reforma Protestante do século XVI. A grande tradição europeia está povoada das lendas de grandes reis que purificaram os seus reinos após períodos turbulentos de caos e desordem: desde o Rei Artur, passando por São Fernando de Castela e São Luís da França, o grande Santo Estevão dos Húngaros ou Frederico Barba-Ruiva para os imperiais germânicos, todas estas personagens de qualidades míticas possuíam um grupo de qualidades comuns. Eram homens piedosos, corajosos e valentes, detentores de algum tipo de habilidade mística (como o dom de curar) que afirmava a sua concordância com a natureza divina da sua Realeza.
A personalidade profundamente europeia desta tradição cavaleiresca está plasmada nos Nove da Fama, os modelos exemplares do ideal de cavalaria, que sintetizam as três tradições que formam a Europa: a pagã ou gentia (através de Heitor de Tróia, Alexandre Magno e Júlio César), a hebraica (através de Josué, filho de Abraão e conquistador de Canaã, David, rei de Jerusalém e Judas Macabeu, reconquistador da liberdade dos israelitas) e por fim, a cristã (Artur, rei dos Bretões e dos Cavaleiros da Távola Redonda, Carlos Magno, Primeiro Imperador do Sacro-Império e Pai da Europa, Godofredo de Bulhão, cruzado e primeiro rei da Jerusalém retomada aos sarracenos).
A deforma protestante e mais tarde o iluminismo, especialmente na sua vertente revolucionária, deitam por terra esta cultura conjunta, criando uma nova religião social sobre as ruínas da antiga ordem: o Liberalismo, e posteriormente os seus sucedâneos Capitalismo e Socialismo. O mundo da Tradição não é, contudo, derrotado facilmente, e através dos seus paladinos, entre os quais se conta em posição de relevo Dom Miguel, resiste.
DOM MIGUEL NO TRONO
As circunstâncias da subida de Dom Miguel ao trono português são abundantemente conhecidas. No contexto de uma revolução de inspiração maçônica, em 1820, e da consequente constituição de 1822 e a Carta Constitucional de 1826 (outorgada abusivamente por um príncipe estrangeiro), Portugal deparava-se em 1828 com o retomo de um príncipe que simbolizava o poder régio na sua vertente tradicional, apoiado por séculos de história e Religião, para libertar Portugal das influências estrangeiras e das lojas Maçônicas que dominavam, especialmente, o Exército.
Desde sempre atuando como símbolo rompante do partido apostólico criado por sua mãe – Dom Carlota Joaquina –, Dom Miguel reagiu sempre aos avanços das facções radicais do liberalismo durante o reinado de seu pai, procurando impor-se através de dois golpes militares (a Vilafrancada em 1823 e a Abrilada em 1824) de efeitos muito limitados. Foi exilado após esta última tentativa, uma vez que o seu moderado pai, o rei Dom João VI, não apreciava o seu método de aplacar as alterações políticas da época, inicia uma longa navegação pela Europa que termina em Viena, quando no seguimento da morte do rei de Portugal, quando seu irmão Dom Pedro (IV) é reconhecido como legítimo sucessor da Coroa; uma vez que este encontrava-se indisponível para ser elevado ao trono português (pois já era rei no Brasil), criou-se um compromisso político entre as diferentes facções políticas da época que concluía que Dom Miguel fosse rei de Portugal, casando-se com a sobrinha Dona Maria da Glória (“Maria II”, filha de “Dom Pedro IV”). Antes de partir de Viena, jura cumprir os preceitos da Carta Constitucional de 1826, esta própria foi o resultado muito insatisfatório e pouco sustentável do compromisso entre as diferentes facções liberais.
Assim a sua aclamação como Rei Legitimo nas Cortes de 1828, convocadas e realizadas á moda antiga, foi vista pelos liberais como uma falta à palavra dada. Não nos interessa aqui repetir as velhas questões de legitimidade discutidas ao longo dos últimos dois séculos por historiadores, polemistas e políticos dos dois lados da contenda entre liberais e miguelistas. Entre os portugueses, os grandes atos de bravura pela integridade nacional raras vezes respeitaram o cumprimento restrito das normas e até dos juramentos cerimoniais. Foi o direito da força que legitimou Dom João I em Aljubarrota, enquanto que Dom João IV, em 1640, quebra um juramento de fidelidade ao último dos Filipes a governar em Portugal. Joseph de Maistre explica-nos que “Deus faz os reis, literalmente. Ele prepara as estirpes reais, amadurece-as no meio de uma nuvem que encerra as suas origens. Elas depois surgem coroadas de glória e de honra: impõem-se, e é esse o maior sinal da sua legitimidade.”
O governo de D. Miguel foi assombrado pelo clima de violência que assolou o país. Muitas vezes rodeado de conselheiros menos dignos, de um Exército que se provaria desertor e hesitante, o “desejado do Povo” tornou-se a desculpa perfeita para que vários interesses privados, um pouco por todo o país, fossem postos em prática. Não faltaram traidores à sua causa, entre os quais se conta o caso pitoresco do Frei João de São Boaventura, que num sermão perante Dom Miguel afirmou energicamente que havia três formas de matar liberais: pela forca, pela fome e por envenenamento. Em 1832, contudo, sentindo os ventos da política agitarem-se no sentido contrário, passa-se para o lado dos liberais e escreve um panegírico (elogio público e solene) à Dom Pedro “IV”. O dito frade morre anos depois, em situação confortável na vida, tendo já semeado extensa descendência ...
Se as violências e as perseguições políticas são, hoje em dia, analisadas pelos historiadores com ares de espanto e choque, resta-nos considerar que antes da subida de Dom Miguel ao poder já tinha havido perseguições e prisões políticas, que a Censura já limitava a liberdade de imprensa, e que depois da Guerra Civil estas continuaram. Com a diferença que a guerra que o miguelismo movimentou aos seus opositores era uma guerra aberta e declarada, enquanto que as discriminações e violências que sofreram muitos portugueses após a 1834 estavam veladas sob a vã promessa de anistia prometida pelos liberais aos colaboradores com o regime miguelista.
Nunca saberemos como teria sido o reinado de Dom Miguel caso este tivesse ganho a guerra fratricida que opôs duas facções portuguesas de 1832 a 1834. Sabemos contudo que a sua ação política no exílio dão sinais óbvios de um homem que amou profundamente Portugal, que estava interessado tanto na continuação da tradicional constituição política portuguesa mas também no progresso desta Nação, como se nota pelo seu Ministério, que englobava homens inovadores como José Acúrsio das Neves e Francisco Alexandre Lobo, ou a sua visita em 1862 à Exposição Universal em Londres.
DOM MIGUEL NA TRADIÇÃO PORTUGUESA E EUROPEIA
A famosa viagem de 1832 que Dom Miguel faz ao Norte do País está polvilhada de momentos que ficaram para a memória do povo português, como aquele que ainda aponta com carinho a povoação de São Pedro de Oliveira, perto de Braga.
No entanto, é a sua passagem por Coimbra, entre os dias 4 e 29 de Outubro, que demonstra como este rei assumiu na sua plenitude o papel histórico que lhe coube.
Inserida num plano centrado na vida de Dom Afonso Henriques, as viagens de Dom Miguel mostram-se como um percurso de iniciação à própria tradição monárquica de Portugal, passando por todas as terras com significado simbólico na história e mitologia do Reino.
Em Coimbra, Dom Miguel deslocou-se, no dia 21, a cavalo e de uniforme militar, ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde visitou os restos mortais do primeiro rei de Portugal (Dom Afonso Henriques) e de Dom Sancho I, nos mausoléus mandados construir por Dom Manuel I na Igreja do Mosteiro. Uma vez já dentro do convento, Dom Miguel contemplou a cruz de ouro de Dom Afonso I, bem como a sua espada conquistadora, relíquias religiosamente guardadas. No dia 23, Dom Miguel mandou abrir à sepultura do fundador da nacionalidade, numa cena comovente em que os presentes sentiram que a poeira acumulada pelos séculos de outrora se levantara, tal como as frias cinzas do rei primevo, para elevar a imaginação ao exemplo dado pelos antigos aos novos: Reforja-se a Espada da Legitimidade no Fogo Sagrado da Tradição, unindo o primeiro rei ao último.
A segunda etapa iniciática de Dom Miguel, é a sua visita ao Mosteiro de Santa Clara, onde abriu, com o auxílio do bispo de Coimbra, a sepultura da Rainha Santa Isabel. Procedeu depois Dom Miguel, bem como os demais membros da sua comitiva, ao beijar reverentemente da mão mirrada da Rainha Santa.
Reata-se assim a ligação do último rei à Religião do seu Povo, da Realeza ao Catolicismo, interrompida pela violência jacobina.
Por fim. D. Miguel passeia-se pela Quinta da Fonte das Lágrimas, numa tarde do dia 24 de Outubro, onde recebe dos donos da Quinta uma “prenda dos louros cabelos’, conservados numa lâmina. Este pequeno ato simbólico une Dom Miguel ao último elemento da Tradição cavaleiresca europeia: o Amor.
Unidos os três elementos (a Tradição, a Santidade e o Amor), Dom Miguel parte para a longa jornada da História equipado dos mesmos atributos que os antigos leis das lendas.
Até nas suas falhas Dom Miguel encarna o rei mítico europeu. Incapaz, devido ao seu espírito enérgico, de obter compromissos mesmo entre os seus aliados, vítima do seu anti-inglesismo e da sua incapacidade para negociar como as novas forças políticas que despontavam, Dom Miguel era amado pelo povo devido a este mesmo “temperamento de morgado", como tão bem o descreve Carlos dos Passos no seu livro “Dom Pedro IV e Dom Miguel I”. A sua derrota sofre dos mesmos males que condenaram outros monarcas mártires, como Luís XVI da França, Carlos I da Inglaterra e Nicolau II da Rússia: o desejo de manter a Tradição Constitucional do Estado e da Igreja nos seus respectivos elementos contra uma plêiade de inimigos do trono e do altar, conjugado com uma fraqueza pessoal que será, no sacrifício final, redimida pelo sacrifício pessoal. Luís XVI compensará a sua hesitação na guilhotina, tal como Nicolau II e a sua família, perante o esquadrão de fuzilamento soviético. Carlos I e Miguel I, contudo, sofrerão a morte, no caso do primeiro, e o exílio, no caso do segundo, devido a sua implacável impetuosidade.
Não faltou a D. Miguel o apoio dos heróis da Tradição europeia. La Roche-Jacquelin junta-se às suas hostes, bem como Emmanuel du Chillon, dois antigos veteranos da Vendeia (França). A união entre a causa miguelista e carlista, na Espanha, era uma união de irmãos. Muitos outros acorreram à causa portuguesa, ou apoiaram-na, como o General Wellington, contra as hordas de “mercenários e estrangeirados que vinham destruir as instituições de seis séculos, insultar a religião portuguesa”, citando Oliveira Martins no seu livro “Portugal Contemporâneo”.
Tal como Aragorn, no “Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien, também Dom Miguel tem de passar pelo Caminho dos Mortos, onde enfrenta as injúrias e a vergonha da denota. Enfrenta esse novo desafio de forma nobre e real, distribuindo os seus bens entre os seus leais vassalos e abdicando do trono para segurança destes e para evitar mais derramamento de sangue português, assim como mais tarde abdica da pensão prometida pelo governo liberal, recusando-se a viver na ignomínia comparticipada pelo Estado que lhe fora prometida, mantendo a sua pretensão e dos seus descendentes à Coroa. Este ato de nobreza e honradez, dará origem no futuro, à própria legitimidade da atual Casa de Bragança, descendente de Dom Miguel.
Mantendo a sua vocação para a caridade extravagante, que o deixava tantas vezes despojado, vivia com a sua família no exílio com uma economia restrita. Manteve no entanto, o seu alegre espírito combativo, como é revelado pelo seu gosto pelas cavalgadas.
Morre Dom Miguel como os reis de outrora. Afetado por uma doença pulmonar, não morre no palácio familiar de Bronnbach, mas antes, segundo a princesa de Lowenstein nos relata, “num pavilhão de caça no meio de grandes florestas’. À sua cabeceira estava apenas o cunhado, com quem tinha partido, já doente, para a sua última caçada. Uma última aventura solitária, como tantas das que já tivera em Portugal, em comunhão com o ar livre e puro, como atesta o seu amor pela já referida vila de São Pedro de Oliveira, tange dos refolhos da Corte lisboeta. Sem dúvida, uma morte digna de um rei lendário.
Por Manuel Rezende
CANTO "AVE DE FÁTIMA" (A 13 DE MAIO)

AVE DE FÁTIMA
(A 13 DE MAIO)
A treze de maio
Na cova da Iria
Apareceu brilhando
A Virgem Maria.
AVE, AVE, AVE MARIA
AVE, AVE, AVE MARIA
A Virgem Maria
Cercada de luz,
Nossa Mãe bendita
E Mãe de Jesus.
Foi aos Pastorinhos
Que a Virgem falou.
Desde então nas almas
Nova luz brilhou.
Com doces palavras
Mandou-nos rezar
A Virgem Maria
Para nos salvar.
Mas jamais esqueçam
Nossos corações
Que nos fez a Virgem
Determinações.
Falou contra o luxo
Contra o impudor
De imodestas modas
De uso pecador.
Disse que a pureza
Agrada a Jesus
Disse que a luxúria
Ao fogo conduz.
A treze de Outubro
Foi o seu adeus
E a Virgem Maria
Voltou para os céus.
À Pátria que é vossa,
Senhora dos céus,
Dai honra, alegria
E a graça de Deus.
À Virgem bendita
Cante seu louvor
Toda a nossa terra
Num hino de amor.
Todo o mundo a louve
Para se salvar,
Desde o vale ao monte,
Desde o monte ao mar.
Ah! Dêmos-lhe graças
Por nos dar seu bem,
À Virgem Maria,
Nossa querida Mãe!
E para pagarmos
Tal graça e favor,
Tenham nossas almas
Só bondade e amor.
Ave, Virgem Santa
'Estrela que nos guia!
Ave, Mãe da Igreja!
Oh! Virgem Maria!
Ao peito sem mancha
Num doce clarão,
Maria nos mostra
O seu Coração.
Do seu Coração
Nos vem o penhor
De a terra deserta
Florir em amor.
Consagre-se o mundo
E espere que, um dia,
O salve um milagre
Da Virgem Maria.
Sigamos, orando,
De terço na mão,
A santa Mensagem
De reparação.
Se é belo cobrirmos
A Virgem de flores,
Mais belo é rezarmos
Pelos pecadores.
Deus manda os seus Anjos
E em guarda nos traz.
O Anjo da Pátria
É o Anjo da Paz.
Olhemos o Papa
Que sofre e que chora.
Por ele imploremos
A Nossa Senhora.
A Igreja não morre
Mas tem de contar
Com almas ardentes
Que a saibam amar.
Quem vem de romagem,
Em Fátima sente
Que, acima de tudo,
Jesus é presente.
Jesus é presente
Em luz e perdão
E, todo por todos
Se faz comunhão.
FONTE:
https://arenadateologia.blogspot.com.br/2011/05/consagre-se-o-mundo-e-espere-que-um-dia.html?m=1
101 ANOS DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA EM FÁTIMA

— Andando a brincar com a Jacinta e o Francisco, no cimo da encosta da Cova da Iria, a fazer uma paredita em volta duma moita, vimos, de repente, como que um relâmpago.
— É melhor irmos embora para casa, – disse a meus primos – que estão a fazer relâmpagos; pode vir trovoada.
— Pois sim.
E começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direção à estrada. Ao chegar, mais ou menos da encosta, quase junto duma azinheira grande que aí havia, vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante, vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio d’água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Paramos surpreendidos pela aparição. Estávamos tão perto, que ficávamos dentro da luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio de distância, mais ou menos.
Então Nossa Senhora disse-nos:
— Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
— De onde é Vossemecê? – lhe perguntei.
— Sou do Céu.
— E que é que Vossemecê me quer?
— Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda uma sétima vez (¹).
— E eu também vou para o Céu?
— Sim, vais.
— E a Jacinta?
— Também.
— E o Francisco?
— Também, mas tem que rezar muitos terços.
Lembrei-me então de perguntar por duas raparigas que tinham morrido há pouco. Eram minhas amigas e estavam em minha casa a aprender a tecedeiras com minha irmã mais velha.
— A Maria das Neves já está no Céu?
— Sim, está.
— Parece-me que devia ter uns 16 anos.
— E a Amélia?
— Estará no purgatório até ao fim do mundo.
Parece-me que devia ter de 18 a 20 anos.
— Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
— Sim, queremos.
— Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc,) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:
— Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.
Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:
— Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
Em seguida, começou-Se a elevar serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância. A luz que A circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros, motivo por que alguma vez dissemos que vimos abrir-se o Céu.
Parece-me que já expus, no escrito sobre a Jacinta ou numa carta, que o medo que sentimos não foi propriamente de Nossa Senhora, mas sim da trovoada que supúnhamos lá vir; e dela, da trovoada, é que queríamos fugir. As aparições de Nossa Senhora não infundem medo ou temor, mas sim surpresa. Quando me perguntavam se tinha sentido e dizia que sim, referia-me ao medo que tinha tido dos relâmpagos e da trovoada que supunha vir próxima; e disto foi do que quisemos fugir, pois estávamos habituados a ver relâmpagos só quando trovejava.
Os relâmpagos também não eram propriamente relâmpagos, mas sim o reflexo duma luz que se aproximava. Por vermos esta luz, é que dizíamos, às vezes, que víamos vir Nossa Senhora; mas, propriamente, Nossa Senhora só A distinguíamos nessa luz, quando já estava sobre a azinheira. O não sabermos explicar e querer evitar perguntas foi que deu lugar a que umas vezes disséssemos que A víamos vir, outras que não. Quando dizíamos que sim, que A víamos vir, referíamos a que, propriamente Nossa Senhora, só A víamos quando já estava sobre a azinheira ”.
(¹) Esta «sétima vez» já foi em 16 de Junho de 1921, nas vésperas da sua partida para o colégio de Vilar, no Porto. Foi uma aparição com mensagem pessoal para Lúcia, que, por isso, não a revelou ”.
Notas:
Quarta Memória da Irmã Lúcia, 1941, Memórias da Irmã Lúcia, 8a Ed. Agosto de 2000, págs. 161-162
FONTE:
https://catholiciromani.blogspot.com.br/2017/05/saiba-o-que-nossa-senhora-disse-em-sua.html?m=1
DOM FELLAY (SUPERIOR DA FSSPX) E JOHN SALZA (EX-MAÇOM)

AS CONFISSÕES DE UM ANTIGO MAÇOM:
“A MAÇONARIA É CONTRA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA”
POR JOHN SALZA
[ John Salza é um advogado que foi mal orientado por padres "católicos", que lhe disseram que não havia problema em ele, sendo Católico, aderir a maçonaria. Graças ao Bom Deus, conseguiu livrar-se da Maçonaria, e agora esclarece os Católicos aos perigos desde seita secreta. ]
Por estar a par dos rituais maçônicos praticados na Maçonaria, John Salza é especialmente qualificado para indicar que a Maçonaria é, na verdade, uma religião pagã — que adora o demônio — ao mesmo tempo que finge, perante o mundo, que é apenas mais uma organização fraternal. Esta parte da palestra de John Salza ajuda-nos a compreender melhor os perigos graves sobre que Nossa Senhora de Fátima nos avisou no Terceiro Segredo.
A Maçonaria é inimiga da Igreja; e, como veremos hoje, Nossa Senhora nos avisou há séculos que a Maçonaria havia de penetrar na Igreja, de corromper a hierarquia, e levar almas à sua condenação. Nesta apresentação, vou primeiro falar sobre alguns pontos históricos muito importantes que mostram que a Maçonaria é contra Nossa Senhora, falarei depois dos rituais maçônicos, e concluirei finalmente com o efeito que a Maçonaria tem tido sobre a Igreja Católica.
EU FUI MAÇOM:
Porque é que estou qualificado para falar disto? Bem, embora fosse Católico de berço, Católico toda a vida, também fui maçom. Saído da Faculdade de Direito, fui solicitado por muitos homens católicos para aderir à Maçonaria, o que é muito comum na América. Disseram-me que era apenas um clube social, uma organização que me ajudaria a desenvolver contatos profissionais. Eu tinha a ideia de que a Maçonaria americana era diferente da Maçonaria Europeia, e foi assim que me explicaram. De fato, quando pedi aos párocos que me aconselhassem, eles disseram-me a mesma coisa. E por isso não vi necessidade de investigar mais. Neste período da minha vida, ascendi a Mestre maçom, de maçom do grau 32 a membro dos Shriners; fui membro de duas Lojas maçônicas; servi como funcionário principal numa dessas Lojas; estive quase a ser eleito Venerável Mestre, antes de me afastar; e recebi uma credencial muito rara, chamada Carta de Proficiência, que me autorizava a instruir outros maçons em rituais maçônicos. Requer literalmente que se tenha decorado todos os rituais da Maçonaria da Loja Azul, todas as posições, e é o que eu podia fazer; assim, sei o que a Maçonaria ensina porque eu próprio também o ensinei.
A AMÉRICA E O ERRO MAÇÔNICO:
Como disse, na América a Maçonaria não é considerada prejudicial, é apenas considerada como uma organização social; e muitas vezes perguntei a mim mesmo, porque será assim? Porque é que é vista de maneira diferente na Europa? E a razão é que, para começar, a América nunca foi um país católico. A América foi fundada por maçons, e a ideologia da Maçonaria está integrada na Constituição dos Estados Unidos. Por exemplo, a cláusula estabelecida em como o Governo não respeitará qualquer religião. É uma negação do Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. A cláusula de livre exercício, que dá o direito a praticar qualquer religião — mais uma vez, é contrária à Fé Católica. A América vive a religião da Maçonaria, e por isso é que a Maçonaria não é considerada como uma ameaça. Na verdade, foram os Juízes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos que criaram a doutrina da separação da Igreja e do Estado nos Estados Unidos sob os Presidentes Roosevelt, Truman e Eisenhower (todos eles eram maçons). Estes nomearam, coletivamente, doze Juízes do Supremo Tribunal, e todos eles eram maçons. De 1941 a 1971 os maçons dominaram o Supremo Tribunal, e através de decisões judiciais criaram a doutrina maçônica da separação da Igreja e do Estado.
A MAÇONARIA FOI CONDENADA PELA SANTA IGREJA CATÓLICA 23 VEZES:
É claro que os Católicos deviam estar mais informados, porque houve condenações muito infrequentes de alguns outros erros, embora não tantas como as da Maçonaria. Na minha investigação, descobri doze Papas que fizeram nada menos que vinte e três condenações separadas da Maçonaria. E estes ensinamentos são considerados parte do Magistério Universal Ordinário da Igreja. Obrigam as almas de todos os Católicos. A Igreja foi sempre muito clara acerca da sua posição em relação à Maçonaria.
A MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM FÁTIMA AVISA-NOS CONTRA A MAÇONARIA:
Agora vou falar sobre Fátima e tentar dar-lhes uma perspectiva de como Fátima e a Maçonaria estão ligadas. Já sabemos dos três Segredos, ou as três partes do Segredo. Em primeiro lugar, temos uma visão do inferno; em segundo lugar, Nossa Senhora revelou, ou antes, avisou-nos sobre os erros da Rússia e sobre a necessidade de consagrar a Rússia ao Seu Imaculado Coração; e em terceiro lugar, há a visão do Bispo vestido de branco. Assim, sem mais informações, o que vemos é um aviso de erros, de pessoas indo para o inferno e de a Igreja estar de algum modo implicada, porque o Papa está envolvido na terceira parte.
Em seguida, na sua Quarta Memória, a Irmã Lúcia escreveu estas palavras de Nossa Senhora: “Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé etc.,” implicando, evidentemente, que o dogma da Fé não se conservará noutros países.
Porquê? Por causa destes erros. O que temos são os erros da Rússia a envenenar o mundo e a Igreja, e a levar as almas para o inferno.
Então quais são os erros da Rússia? São os mesmos erros da Maçonaria, são exatamente os mesmos. Resumindo, uma rejeição de Jesus Cristo e da Sua Santa Igreja Católica. A rejeição do Deus feito homem e a exaltação do homem feito Deus. A rejeição do sobrenatural e a exaltação do natural. Por isto é que a Maçonaria é uma religião de naturalismo. Podemos ser todos irmãos num nível natural, mas se rejeitarmos o nível sobrenatural, não podemos ser irmãos na ordem da graça. Só somos irmãos e irmãs quando estamos unidos pela graça a Cristo e ao Seu Corpo Místico. Vendo bem as coisas, é uma questão de Deus contra satanás, e foi assim que a Irmã Lúcia a viu. Disse que satanás estava a preparar-se para um combate decisivo contra Nossa Senhora, e que devemos escolher...
A MAÇONARIA É UMA SEITA:
Em geral, os maçons afirmam que as suas práticas derivaram dos pedreiros livres operativos, que construíram as estruturas físicas, as Catedrais da Europa, e durante o período do Iluminismo (uma altura em que houve um movimento para afastar os homens da autoridade eclesiástica e da revelação sobrenatural) ouve um movimento para convidar certas pessoas para a Maçonaria: banqueiros, advogados, comerciantes, etc.; e chamou-se a isto Maçonaria Especulativa.
Portanto, a Maçonaria, tal como hoje é praticada, seria acima de tudo uma organização espiritual, porque assim como os maçons operativos construíram as estruturas físicas, os maçons de hoje pretendem construir estruturas espirituais, e os seus rituais são orientados espiritualmente. E a rejeição, por parte da Maçonaria, das verdades sobrenaturais da Fé e a sua promoção do naturalismo estão claramente incorporadas nos rituais maçônicos, de que vou agora dar alguns exemplos.
O RITUAL MAÇÔNICO É BLASFEMATÓRIO E PRESTA CULTO A UMA SÉRIE DE DEUSES PAGÃOS:
No primeiro grau da Maçonaria — e estes rituais são universais — todos os homens que entram na Maçonaria experimentam o que lhes vou contar. No primeiro grau, o candidato à Maçonaria tem de se despir, de tirar todas as roupas com a exceção da roupa interior, mas isto não é tudo. Também tem de tirar o crucifixo, o escapulário, até a aliança de casamento, porque, como o ritual diz expressamente, não se deve levar nada “ofensivo ou defensivo para a Loja.” Ofensivo, porque o Catolicismo ofende a Maçonaria, e defensivo porque querem que o homem esteja vulnerável. Não querem que ele tenha uma defesa espiritual.
BLASFÊMIA MAÇÔNICA:
Além disso, passam uma corda à volta do pescoço do homem, corda esta que simboliza a sua ligação ao mundo profano, ou seja, a sua antiga religião. Como verão, esta corda é tirada quando o homem entra finalmente em aliança com a Maçonaria. Tapam-lhe também os olhos com uma venda, e declaram que ele está num estado de trevas espirituais. E dizem: “Este é o Sr. John Salza, que há muito tempo está nas trevas e agora quer ser levado para a luz.” Só tive os olhos tapados durante uns dois minutos. Estavam obviamente a referir-se ao fato de, embora tivesse sido batizado na luz de Jesus Cristo, estava num estado de trevas espirituais.
AMEAÇAS E SEGREDOS MAÇÔNICOS:
E depois, quando o homem entra na Loja, é recebido com a ponta de um instrumento aguçado a tocar-lhe no lado esquerdo do peito nu, e dizem: “Assim como isto é um instrumento de tortura para a sua carne, que a sua lembrança se grave na sua consciência, se alguma vez violar os seus segredos na Maçonaria.” Isto é uma táctica de intimidação que até é usada em rituais satânicos. A Maçonaria dá imediatamente a entender que é uma organização secreta.
AS ORAÇÕES MAÇÔNICAS SÃO SATÂNICAS:
Quando o candidato é levado à Loja, fazem-no ajoelhar-se para uma oração, e é aqui que ele começa a ser condicionado a ver Deus como a divindade de toda e qualquer religião. A Maçonaria reza a um deus a que chamam o Grande Arquiteto do Universo, um título no qual, segundo a Maçonaria, se podem encontrar todos os deuses. Assim, embora S. Paulo diga que o Nome de Jesus está acima de todos os nomes, a Maçonaria diz que Deus é o seu nome de cem nomes. S. Paulo ensina que não podemos subjugar-nos a descrentes — conhecemos o axioma espiritual lex orandi, lex credendi — e é por isto que, se rezarmos com maçons, começaremos a crer como maçons.
A Maçonaria não só invoca a Divindade nas orações, como também tem símbolos e nomes especiais para Deus. Já mencionei o Grande Arquiteto do Universo; nas Lojas dos países anglófonos, o Deus da Maçonaria é representado pela letra “G”. E na Bíblia maçônica que dão aos iniciados, que é a versão chamada do Rei Jaime, mas com um apêndice maçônico, diz-se que a letra “G” representa “o grande deus de todos os maçons.” A Maçonaria, como também o Deus da Maçonaria, é representada pelo olho que tudo vê, que é claramente um símbolo pagão, já usado para Osíris. E todos os maçons devem inclinar-se, num ato de idolatria, perante estes símbolos nos rituais maçônicos.
AS MENTIRAS DOS RITUAIS MAÇÔNICOS:
Assim, a Maçonaria — através do uso destes nomes particulares, símbolos particulares e orações particulares — procura unir os homens numa fraternidade espiritual, assim como unir as divindades de todas as religiões sob uma Divindade espiritual. Isto é uma forma monstruosa de sincretismo. Porque o deus da Maçonaria não é a Santíssima Trindade, é um falso deus, e é uma abominação aos olhos do Deus verdadeiro. Como diz S. Paulo, há muitos deuses e muitos senhores, mas só um Deus verdadeiro e um só Senhor verdadeiro, Jesus Cristo.
O Rei Davi diz-nos nos Salmos que todos os deuses dos pagãos são demônios, e portanto o deus da Maçonaria é o demônio. Depois de o homem ter estado envolvido nesta oração à divindade, o Venerável Mestre, que é o funcionário principal da Loja, fá- lo fazer uma profissão de fé, perguntando-lhe: “Em quem põe a sua confiança?” E seja qual for a divindade que o candidato professar, na Maçonaria recebe a resposta: “Põe a sua confiança em Deus, a sua fé está bem fundada.” Assim, para os que rejeitam a Jesus Cristo, a Maçonaria mente explicitamente. E isto é porque o autor da Maçonaria é o pai das mentiras.
De fato, esta posição não é só contrária à revelação, mas à própria razão. É evidente que as religiões cristãs e não-cristãs não podem estar todas corretas sobre este ponto. Algumas têm de ser falsas. Os ensinamentos da Maçonaria obviamente negam por completo a verdade objetiva, porque a Maçonaria diz a todos que confiam no Deus verdadeiro. O Beato Pio IV disse que não há coisa mais louca entre as que as mentes humanas produziram. E assim a Maçonaria apresenta esta noção, esta falsa noção de dignidade humana, de liberdade, igualdade, fraternidade, tudo acima da verdade, exaltando o homem acima de Deus — que são os erros da Rússia e os erros da Maçonaria.
OS SANGRENTOS JURAMENTOS MAÇÔNICOS SÃO MALDIÇÕES CONTRA QUEM OS FAZ:
Em seguida, pede-se ao homem que faça um juramento perante o altar maçônico, que na Maçonaria é chamado “o lugar do sacrifício”. E chamam-lhe lugar do sacrifício porque, em primeiro lugar, o homem faz um juramento de sangue que vou descrever; e em segundo lugar, porque sacrifica a sua antiga religião a favor da religião da Maçonaria.
Se o homem professar ser cristão, faz o juramento sobre a Bíblia, e jura que antes queria que lhe cortassem a garganta, que lhe arrancassem a língua pela raiz, que lhe abrissem o peito e lhe arrancassem o coração, que lhe cortassem o corpo ao meio, que lhe extraíssem as entranhas e as queimassem até ficarem em cinzas, do que violar o seu juramento maçônico. Estes juramentos são maldições de si próprio, e, como é óbvio, juramentos destes constituem um pecado grave, além de representarem uma oferenda de sangue. As descrições destas penalidades chamam-se “juramentos de sangue” e confirmam a natureza de aliança destes juramentos.
RITUAIS MAÇÔNICOS SÃO ALIANÇAS COM O DEMÔNIO:
Como sabem, uma “aliança” é considerada como uma comunhão interpessoal — sabemos isso da nossa teologia — e o sangue simbolizou desde sempre a ratificação de uma aliança, quer seja oferecido de fato ou apenas simbolicamente. Quando o homem faz o juramento de sangue no altar maçônico, está a selar a aliança da Maçonaria em que agora fica comprometido. É nesta altura que tiram a corda do pescoço e lhe chamam Irmão pela primeira vez. Porquê? Porque a partir daquele momento está em comunhão de aliança com a Maçonaria.
Estes juramentos são portões que abrem para satanás e o oculto, e são obstáculos à graça. Com estas maldições, os maçons juram violar o tempo do Espírito Santo sobre as próprias Sagradas Escrituras que Ele inspirou. Depois de fazer o juramento, tiram-lhe a venda e ele é “levado para a luz.” E o que vê à sua frente são o esquadro e o compasso maçônicos e o volume da lei sagrada. Se professa o Cristianismo, será a Bíblia Sagrada, mas não é preciso que seja. A Bíblia pode ser acompanhada, ou substituída, por qualquer escrito religioso: o Zend Avesta, o Zohar, o Corão, o Livro de Mórmon, ou outro qualquer.
Assim como a Maçonaria considera todos os deuses como iguais à Santíssima Trindade, considera todos os escritos religiosos como iguais à Bíblia. E isto é, mais uma vez, contrário à razão. A Bíblia afirma a divindade de Cristo, o Corão rejeita a divindade de Cristo, e apesar disso a Maçonaria considera que ambos refletem a vontade de Deus. Ideia que só pode ser produto do demônio.
O CULTO MAÇÔNICO AO HOMEM (GNOSE):
Este culto do homem continua quando dão ao maçom o seu avental branco. Talvez saibam que os maçons usam aventais nos seus rituais. E dizem ao maçom que o avental branco representa a pureza de vida e de conduta, o que é essencialmente necessário para ganhar a admissão na Loja celestial. Também lhe dão um vulgar malho, um martelo, e dizem-lhe que, assim como outrora os maçons operativos usavam o malho para partir bocados das pedras por trabalhar, assim ele, pelos seus esforços naturais, pode aperfeiçoar-se e fazer-se digno de Deus como uma pedra viva para o edifício espiritual do Céu.
Claro que o Concílio de Trento condenou esta noção de que o homem pode fazer algo de espiritualmente benéfico apenas pelos seus esforços naturais; isto foi anátema, e portanto os ensinamentos da Maçonaria são anátema.
A MAÇONARIA ZOMBA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO:
No grau de Mestre maçom, que é o terceiro grau da Maçonaria, a Maçonaria ensina a sua doutrina da ressurreição da carne. E na Bíblia maçônica vem o seguinte, que passo a citar: “A ressurreição do corpo constitui um dogma essencial da fé religiosa da Maçonaria.”
Neste grau, que é chamado a lenda do terceiro grau, muitas vezes chamada a Lenda Hirâmica, o candidato participa numa alegoria. Fazem-no representar uma pessoa chamada Hiram Abiff, que, historicamente, trabalhou no templo do Rei Salomão; mas esta lenda é criada, é uma ficção, é algo inventado pela Maçonaria. Essencialmente, disse que o candidato tem um conhecimento secreto, conhecimento gnóstico, que os seus colegas maçons procuram conhecer. É abordado dentro da Loja, recusa-se a dar o conhecimento maçônico, e é martirizado. Literalmente, batem-lhe na cabeça, é apanhado num saco, dizem-lhe para se deitar e é simbolicamente assassinado. O Rei Salomão procura o corpo; e, para resumir a história, o corpo é eventualmente descoberto por causa de um rebento de acácia plantado próximo do túmulo. E diz o ritual que Hiram Abiff foi executado fora das portas da cidade, tal como Nosso Senhor, uma sátira da morte de Nosso Senhor.
Os rituais maçônicos também dizem que Hiram foi enterrado no alto de uma colina, para oeste do Monte Moriah. Mais uma vez, é uma sátira de Nosso Senhor. O ritual também diz que, quando se aproximam do cadáver na cerimônia, fazem aquilo que se chama o grande sinal de saudação e lamentação, e dizem: “Ó Senhor meu Deus, não haverá ajuda para o Filho da Viúva?” Não haverá ajuda para o Filho da Viúva? A Viúva é Nossa Senhora, e o Filho é Nosso Senhor Jesus Cristo. Isto é uma paródia satânica da morte, deposição e ressurreição de Nosso Senhor. Em seguida, o candidato é levantado pelo Venerável Mestre, que lhe diz que este levantamento simbólico dá testemunho da crença da Maçonaria na vida eterna.
Quando o homem morre, literalmente, chega à sua morte natural, pode ter um funeral maçônico, em que vai vestido com o seu avental maçônico, semelhante a uma veste batismal, e todos os seus irmãos maçônicos depositam o ramo de acácia pelo qual foi descoberto o corpo de Hiram. Depositam-no sobre o peito e em seguida recomendam-lhe a alma ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).
A MAÇONARIA É A SINAGOGA DE SATANÁS:
Os Papas e Nossa Senhora chamaram à Maçonaria uma religião, uma seita e um culto. Podem agora ver porquê? A Maçonaria tem as suas doutrinas religiosas, os seus rituais, as suas orações próprias, os seus nomes para Deus, os seus símbolos para Deus, os seus nomes para o Céu, os seus símbolos para o Céu, a sua própria teologia, os seus ritos fúnebres, as suas alianças; tem um capelão, tem vestes, tem locais de reunião a que chama templos, tem ritos de consagração para as Lojas, tem música, tem dias festivos que arremedam o Cristianismo — o Dia Festivo de João Baptista em 24 de Junho e de João Evangelista em 27 de Dezembro. Tem o seu próprio calendário. A Maçonaria não usa o anno domini, usa o anno lucis, lúcifer, o ano de satanás. Acrescentam 4000 anos a 2010, portanto esse ano é 6010 para a Maçonaria. As autoridades maçônicas também dizem que a Maçonaria é uma religião, e os Papas chamaram à Maçonaria a sinagoga de satanás. E agora já sabemos porquê.
AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA EM QUITO (EQUADOR) E EM FÁTIMA (PORTUGAL)
:
Recordemos agora os avisos de Nossa Senhora em Quito, que prefiguraram Fátima. Recordemos que Ela disse: “A Maçonaria reinará, satanás reinará, quase exclusivamente através da Maçonaria no Século XX.” E a Igreja será castigada, por heresia, impiedade e impureza. E estas coisas foram confirmadas por Nossa Senhora em Fátima.
O que temos visto desde 1960, o ano em que o Terceiro Segredo devia ter sido revelado? Tivemos um concílio - liberal - que decidiu, pela primeira vez, não condenar erros. Para confirmar a doutrina, a Igreja sempre condenou os erros que afetam essa mesma doutrina. O que desta vez não aconteceu. Especialmente os erros da Rússia, do Comunismo, do ateísmo. Mais uma vez, na mesma altura em que o Terceiro Segredo devia ter sido revelado.
Houve um fracasso na expressão da doutrina a nível pastoral. Como sabemos, nada a nível pastoral é dogmático ou definitivo. Em vez de usarem a precisão que a Igreja sempre usou, usaram fraseologia ambígua. Podiam dar-se muitos exemplos disto; por exemplo, a palavra “subsiste”, que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica, dá a impressão de que a Igreja de Cristo é, de alguma maneira, maior do que a Igreja Católica, que também inclui os hereges, que rejeitam o Papado. Não foi isto o que este - desgraçado - concílio disse, mas este gênero de expressões ambíguas prestam-se a interpretações modernistas.
O concílio - liberal vaticano "II" - também deu opiniões favoráveis, sem precedentes, das religiões não católicas, que são obstáculos para a salvação, o que traduz um espírito maçônico de unidade à custa da verdade. De fato, podíamos até dizer que este - tal - concílio introduziu uma doutrina nova. Mais uma vez, não dogmática ou definitiva, mas uma política ou atitude sobre a liberdade religiosa. Diz o "CVII", pela primeira vez, que o homem tem um direito — não apenas liberdade, não apenas uma liberdade subjetiva (liberdade psicológica), mas um direito natural objetivo, baseado na sua dignidade e natureza — à liberdade religiosa. Como pode isto ser assim? O homem não tem o direito, um direito conferido por Deus, de desobedecer a Deus. O homem não tem o direito de prestar culto fora da Igreja. A Rússia adotou esta ideia da liberdade religiosa em 1997, o que impediu os Católicos de poder evangelizar a Rússia.
A FALSA NOÇÃO DE LIBERDADE RELIGIOSA É UMA DOUTRINA MAÇÔNICA:
Penso que a liberdade religiosa está no centro do problema na Igreja, e, sem qualquer dúvida, está no centro dos ensinamentos da Maçonaria. De fato, temos maçons a louvar as decisões do Concílio Vaticano II. O maçom francês Yves Marsaudon escreveu um livro chamado "O ecumenismo visto por um maçom tradicional", onde disse, e eu vou citá-lo: “Todos os caminhos vão dar a Deus, e este livre pensamento que emana das Lojas maçônicas espalhou-se de forma magnífica por sobre a cúpula de S. Pedro.” Quando se veem os maçons a elogiar os ensinamentos de um concílio ecumênico, é porque há qualquer coisa de errado nesse concílio ecumênico.
Tivemos também uma expressão diferente da Fé Católica no Século XX. Tivemos uma nova Missa, criada no ar por Annibale Bugnini, cuja própria autobiografia dá provas em como era maçon. E não surpreende que a Intervenção de Ottaviani tenha dito que a Missa de Bugnini não reflete a teologia da Missa, tal como foi dogmatizada pelo Concílio de Trento. O Papa permitiu também que seis hereges objetivos — protestantes, que rejeitam a teologia da Missa — dessem a sua opinião na montagem da nova Missa. Uma confusão total na Igreja.
Recordemos que Nossa Senhora avisou-nos em Quito sobre a corrupção dos costumes. E que dizer das novidades que foram introduzidas na Igreja no Século XX? A Comunhão dada na mão e de pé. O padre virado para o povo. Moças coroinhas (acólitas). O Cânone dito em voz alta e no vernáculo. Cânticos protestantes, Mais uma vez, a corrupção dos costumes eclesiásticos da Igreja. Vemos agora altas individualidades da Igreja a rezar juntamente com protestantes, judeus e pagãos, como se estivéssemos todos ao mesmo nível, e sem qualquer exortação para se converterem à Igreja Católica para assim salvarem as almas. E estas altas individualidades são as mesmas que consideram o Padre Gruner, e os padres da Sociedade de S. Pio X e outros fiéis católicos que mantêm a Fé de todos os tempos, como estando “fora” da Igreja. Só o demônio é autor de uma tal confusão. E em terceiro lugar, temos a moral. Recordemos os avisos em Quito: heresia, impiedade e impureza.
Então o que temos nós no Século XX? Temos uma crise de abusos sexuais do clero na Igreja, sem qualquer precedente anterior, em que padres pedófilos e sodomitas estão livres para circular e cometer crimes contra crianças. O Santo Padre, Papa Bento XVI, apesar do que a comunicação social tem dito, está certamente a fazer alguma coisa sobre esta situação. Isto recorda-me do aviso do futuro Papa Pio XII sobre o suicídio de alterar a Fé da Igreja na sua liturgia, na sua teologia, e na sua própria alma.
A IMPLANTAÇÃO DA REVOLUÇÃO MAÇÔNICA DENTRO E ATRAVÉS DA ESTRUTURA CATÓLICA DESDE A DÉCADA DE 1960:
Houve uma revolução maçônica dentro da Santa Igreja Católica no Século XX. Houve uma reorientação da Igreja em relação ao mundo desde 1960, o ano em que o Terceiro Segredo devia ter sido revelado. De fato, estou a ser caridoso ao chamar-lhe reorientação, porque a Irmã Lúcia chamou-lhe “desorientação diabólica.” Usou essa expressão tantas vezes que até parece que faz parte do Terceiro Segredo. Tudo isto está ligado à Mensagem de Fátima e a não se ter atendido aos pedidos de Nossa Senhora. Em conclusão, agora sabemos porque Nossa Senhora nos avisou sobre a Maçonaria; estas Mensagens estão no centro de Quito e Fátima. Sabemos também que há uma parte do texto que não foi revelada. Isso está fora de questão. Até sabemos não só a natureza do texto como características suas: vinte e cinco linhas, com expressões portuguesas difíceis. Vão ouvir falar de tudo isto durante esta semana. Mas fomos avisados, tanto em Fátima como em Quito, que a ideologia maçônica entraria na Igreja, presumivelmente através de um concílio ecumênico, e que inspiraria os seus dirigentes a abandonar a tradição e conduzir almas à sua condenação. E também temos bastantes testemunhos consistentes e explícitos sobre o significado do Terceiro Segredo.
Fonte:
http://www.fatima.org/port/crusader/cr95/cr95pg56.pdf
A REVOLUÇÃO MAÇÔNICA DE 1910 EM PORTUGAL - OS INIMIGOS DA MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM FÁTIMA

Desde o Século XVIII que a Maçonaria estava empenhada numa luta para alcançar o poder completo em Portugal, o que deixou o país num estado de instabilidade, em que se preparava uma revolução. Em Outubro de 1910 os Maçons conseguiram finalmente apoderar-se do governo por meios revolucionários. Na noite de 3 de Outubro, um grupo organizado de Maçons tomou posse de um quartel de infantaria. Os revolucionários das forças armadas foram apoiados por civis, enquanto que a maioria dos militares se manteve neutra. Os fiéis à Monarquia foram vencidos e desarmados, e em 5 de Outubro a Monarquia constitucional portuguesa foi derrotada em Lisboa, sendo proclamada uma República maçônica. Foi estabelecido um Governo Provisório, composto pelos Maçons mais importantes e gozando do apoio dos Governos de França e de Inglaterra.
A revolução atacou imediatamente a Igreja Católica: houve igrejas que foram saqueadas, os conventos foram atacados e os religiosos assediados. Mal o Governo Provisório se tinha instalado, começou logo a dar toda a sua atenção a uma política antireligiosa, apesar de uma situação econômica desastrosa. Em 10 de Outubro – cinco dias depois da proclamação da República – o novo Governo decretou que todos os conventos, mosteiros e Ordens religiosas seriam suprimidos. Todos os religiosos foram expulsos e os seus bens confiscados. Os Jesuítas foram obrigados a desistir da nacionalidade portuguesa.
Leis e decretos anti-católicos seguiam-se uns aos outros, numa sucessão rápida. Em 3 de Novembro, foi aprovada uma lei que legalizava o divórcio; seguiram-se leis a reconhecer a legitimidade das crianças nascidas fora dos laços matrimoniais, a autorizar a cremação, a secularizar os cemitérios, a suprimir o ensino religioso nas escolas e a proibir aos sacerdotes o porte da batina. Além disso, o toque dos sinos das igrejas e as horas do culto ficaram sujeitas a certas restrições, e suprimiu-se a celebração pública das festas religiosas. O Governo até interferiu nos seminários, reservando-se o direito de nomear os professores e determinar os programas. Esta série de leis persecutórias culminou na Lei da Separação da Igreja e do Estado, aprovada em 20 de Abril de 1911.
Parecia que a vitória dos Maçons era completa. Afonso Costa, autor destas leis, estava tão seguro de si que declarou naquela altura: “Graças a esta Lei da Separação, em duas gerações o Catolicismo será completamente eliminado em Portugal.”
Porém, devido à firmeza do Papa S. Pio X, que rejeitou todas as tentativas de compromisso da República, a Igreja em Portugal pôde manter-se unida sob os ataques.
Os fiéis apoiaram os seus Bispos, que resistiram juntos ao Governo. Isto levou ao exílio da maioria dos Bispos portugueses e à detenção de muitos padres. Mas a Igreja em Portugal conseguiu assim evitar que a sua fé fosse contaminada pelo veneno da revolução maçônica.
Mesmo assim, a revolução teve os seus efeitos no país. A extensão dos estragos causados por uma perseguição incansável em todo o Portugal era incalculável, e o controlo que os Maçons mantinham sobre o país e a sua vida parecia ser irreversível.
Todavia, o ano de 1917 – As Aparições de Nossa Senhora em Fátima – viria a ser um momento decisivo para o destino de Portugal, “Terra de Santa Maria.”
Fonte:
http://www.fatima.org/port/essentials/opposed/pdf/masonrevol.pdf
A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Nossa Senhora de Fátima avisou-nos que, se os Seus pedidos não fossem atendidos, a Rússia "espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas." Porém, na Sua infinita misericórdia, Deus ofereceu-nos um caminho para evitar este terrível castigo.
Através da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, não só evitaremos os castigos preditos como receberemos a graça inestimável da paz para toda a humanidade. É importante dar atenção, em especial, a duas das palavras de Nossa Senhora: nações e aniquilação. O Céu escolheu estas palavras com sabedoria infinita. Nossa Senhora não disse que vários "Estados" seriam aniquilados, e, portanto, não estava a referir-se a Governos ou soberanias. A palavra “nações” refere-se a povos. Por exemplo, quando em 1795 a Alemanha, a França, a Rússia e a Áustria-Hungria ocuparam a Polônia e a dividiram entre si, o Estado polaco foi aniquilado, mas a nação polaca não foi aniquilada; o povo polaco continuou a existir. Em 1919 o Estado polaco foi reconstituído. Obviamente, a nação polaca não foi aniquilada. Portanto, quando Nossa Senhora disse que várias nações seriam aniquiladas, estava a referir-se a nações de povos, e não a Estados físicos, limitados por fronteiras. A palavra "aniquiladas" é muito significativa. Vem do latim "nihil," que significa "nada." Literalmente, aniquilado significa "feito em nada." Se Nossa Senhora quisesse dizer que haveria uma destruição de povos quase total, mas não completa, Ela teria escolhido outra palavra, como, por exemplo, "devastadas." Portanto, por mais perturbador que se possa imaginar, teremos de concluir que serão obliterados povos inteiros se antes não fizermos a Consagração da Rússia. Até agora, o aviso e profecia mais premente de Nossa Senhora, "várias nações serão aniquiladas," não se concretizou.
O mundo, porém, tem-se aproximado cada vez mais da sua concretização, como vamos explicar. A caminho da aniquilação O extermínio de grandes multidões não só é possível como tem acontecido com frequência alarmante desde 1917.
Por altura da Revolução Francesa, Robespierre declarou publicamente que tinha a ideia de exterminar cerca de dez milhões de franceses durante o seu reino de terror; e não havia muito mais pessoas do que isso em França. Foi executado antes de continuar no seu intento, mas o mesmo não aconteceu a outros. Lênin disse estar disposto a matar 75% da população mundial, se os 25% que restassem fossem comunistas. Stálin comentou: "Quem mata cinco pessoas é um assassino; quem mata cinco milhões é um movimento político." Estes dois homens conseguiram matar pelo menos 60 milhões, e talvez até 110 milhões, durante o seu reinado à frente da Rússia e da União Soviética.
Durante as décadas de 1920 e 1930, Stálin fez morrer à fome aproximadamente vinte milhões de pessoas, só na Ucrânia. Mao matou dezenas de milhões na China enquanto esteve no poder. Metade da população – aproximadamente três milhões de pessoas – do Camboja foi morta na década de 1970. E a lista continua: Ruanda, Etiópia, os Balcãs, o Líbano na década de 1980, etc. Mas o maior holocausto moderno foi a guerra declarada aos que estão para nascer. O aborto era ilegal em todo o mundo quando Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria em 1917. Mas desde 1970, cerca de 800 milhões de crianças foram assassinadas "legalmente" dentro das suas mães, e este número está a aumentar de ano para ano.
A população atual do mundo é de cerca de seis mil milhões de pessoas. Quem quereria aniquilar grande parte destes seis mil milhões? Eis aqui um exemplo: Há um monumento no Estado americano da Geórgia que apresenta o ponto de vista de algumas pessoas ricas e poderosas, neste caso o movimento ambientalistas das Pedras de Guia da Geórgia. Tem quase seis metros de altura e encontra-se no cimo de uma colina junto à Estrada 72, a uns dez quilômetros a norte da cidade de Elberton. Nele estão escritos dez princípios para o movimento ambientalista e a "nova era da razão" que diz que está a caminho. O primeiro princípio é: "Mantenha a humanidade abaixo dos 500.000.000 para um equilíbrio perpétuo com a Natureza." Como há uns seis mil milhões de pessoas no mundo, este monumento está essencialmente a pedir a exterminação de mais de 90 por cento da população mundial. Segundo este princípio, uma pessoa passaria a ter menos de dez por cento de hipóteses se sobrevivência.
É evidente que as pessoas que mandaram erigir esta estrutura, ou as que apoiam os seus princípios, não vão apresentar-se como voluntários para serem exterminados. Mas os Cristãos, especialmente, podem ter a certeza de que estão debaixo da mira. O quarto princípio do monumento é: "Controle a paixão – a Fé – a Tradição e todas as coisas com a razão equilibrada." Dentro deste princípio, se um Católico exprime publicamente a sua Fé, como tem a obrigação de fazer segundo a sua consciência, pode muito bem ser processado por não ter subordinado a sua "fé" à "razão equilibrada."
Não sabemos que nações serão aniquiladas da face da terra se a Consagração da Rússia continua a ser adiada. A nossa nação poderá ser uma delas. Existem milhares de ogivas nucleares no mundo. A Rússia e a China comunista, que são aliados, consideram os Estados Unidos como seu inimigo. As ogivas nucleares na Rússia e na China – ou as que outros países possuem – podem não estar atualmente apontadas aos Estados Unidos, mas podem voltar a ser apontadas em apenas dois minutos. Na sua entrevista com o Padre Fuentes, (Cf. “Testemunhos publicados: O Padre Fuentes (1957)”) a Irmã Lúcia disse: " Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que muitas nações desaparecerão da face da terra, e que a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo, se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação. ..." O resultado de o Papa e os Bispos não terem feito a Consagração da Rússia afetou-nos a todos; e até ela ser feita, continuaremos a sentir o castigo de Deus. Só a Consagração da Rússia pode evitar a aniquilação e os castigos que ainda nos esperam. Por isso, as nossas vidas e as de quem estimamos estão em risco. Na verdade, o nosso destino e o destino do mundo dependem da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
1.) O que é uma "consagração"?
R: É uma cerimônia pela qual uma pessoa, um grupo de pessoas, ou coisas são designadas à parte e dedicadas ao serviço de Deus ou a outro propósito sagrado.
2.) O que significa "a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria"?
R: Em Fátima, no dia 13 de julho de 1917, Nossa Senhora disse à Irmã Lúcia que “Deus vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedi-la virei pedir as Comunhões de reparação e a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração ... Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre me consagrar-Me-à a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
O pedido de Nossa Senhora é muito simples: A Rússia — causa de tantos males no Século Vinte — deve ser posta à parte e abençoada por sua consagração à Mã e de Deus.
3.) Por quê é preciso consagrar a Rússia em particular?
R: Porque é a vontade de Deus. Como Nossa Senhora disse à Irmã Lúcia em Fátima: “A Rússia será o instrumento de castigo escolhido pelo Céu para punir o mundo inteiro, se, de antemão não obtivermos a conversão dessa pobre nação ...”
E como Irmã Lúcia deu a conhecer em suas memórias e cartas que têm sido publicadas, de que, Nosso Senhor Mesmo a confiou que não converteria a Rússia, a menos que a consagração fosse feita, “Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração.” A Irmã Lúcia tem explicado que como a Rússia é um território bem definido, sua conversão depois da consagração ao Imaculado Coração será uma prova inegável, de que a conversão é o resultado da consagração e nada mais. O estabelecer no mundo, deste modo, da devoção ao Imaculado Coração será confirmado por Deus Mesmo de uma forma impressionante!
4.) E se a consagração da Rússia não for feita?
R: Em Fátima, Nossa Senhora disse que se a consagração nã o for feita como Ela pediu, então “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas.” Da mesma maneira, a conversão milagrosa da Rússia depois de sua consagração pelo Papa e pelos Bispos, e a paz que se concederá ao mundo, serão um sinal do poder da graça de Deus, atuando através dos ministros de Sua Igreja e a intercessão do Imaculado Coração de Maria.
5.) Como se supõe, exatamente, a realização desta consagração?
R: Fiel à Sua palavra em Fátima, Nossa Senhora apareceu à Irmã Lúcia em Tuy, Espanha, no dia 13 de junho de 1929 para dizer-lhe que: “É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio.” Esta expressão “por este meio” é fundamental, porque significa que a consagração não é meramente um símbolo da conversão iminente da Rússia, senão o mesmo meio pelo qual será efetuada. Deste modo, sem o ato da consagração não haverá uma conversão da Rússia, e sem a conversão da Rússia, os erros da Rússia continuarão infestando o mundo, produzindo a perseguição da Igreja, o Martírio dos bons, o padecimento do Santo Padre e ultimamente a aniquilação das nações anunciadas em Fátima.
Durante as décadas seguintes a Irmã Lúcia tem explicado muitas vezes, que o ato de consagração requer que o Papa “escolha uma data na qual Sua Santidade ordena aos bispos do mundo inteiro fazer, cada um em sua propria Catedral, e ao mesmo tempo com o Papa, uma cerimônia solene e pública de Reparação e Consagração da Rússia . . .”
6.) Mas não é Fátima só uma aparição privada na qual nenhum Católico tem que acreditar?
R: Absolutamente não. As aparições em Fátima foram confirmadas por um milagre público testemunhado por 70.000 pessoas — o Milagre do Sol. O Papa João Paulo II mesmo declarou em Fátima em 1982 que a Mensagem de Fátima “impõe uma obrigação sobre a Igreja,” e publicamente atribuiu ter saído ileso da morte no atentado de assassinato do dia 13 de maio de 1981 à Nossa Senhora de Fátima — o mesmo dia do aniversario da Sua aparição em Fátima.
Na verdade, o Papa tem tentado por duas vezes fazer a consagração (o dia 13 de maio de 1982 e o 25 de março de 1984), ainda que a Rússia não tivesse sido mencionada em nenhuma das duas ocasiões, e os bispos do mundo não tivessem participado. Estes intentos demonstram que o Papa mesmo reconhece a obrigação de consagrar a Rússia, não obstante não ter podido efetuar a consagração na maneira especificada por Nossa Senhora; uma cerimônia solene e pública, mencionando a Rússia especificamente, e em união com todos os bispos do mundo. Contudo Nossa Senhora Mesma nos prometeu que este evento ultimamente acontecerá.
7.) O Papa teve êxito em fazer a consagração da Rússia em 1984?
R: Não. Como a Irmã Lúcia mesma declarou em uma entrevista em setembro de 1985, a consagração feita no dia 25 de março de 1984 não satisfez aos pedidos de Nossa Senhora porque “não houve a participação dos bispos e não houve menção da Rússia.” Quando o Santo Padre consagrou o mundo em geral nesse dia, sem mencionar a Rússia, ele mesmo reconheceu na presença de dezenas de milhares de testemunhas, durante e depois da cerimônia, que o povo da Rússia ainda “está esperando confiado na nossa consagração.” No dia seguinte, estas declarações foram publicadas no periódico mesmo do Papa, L’Osservatore Romano; e a publicação dos Bispos Italianos, L’Avvenire.
8.) Não foi a consagração do mundo pelo Papa em 1984 suficiente para cumprir o pedido de Nossa Senhora?
R: Não. Durante toda a sua vida, desde as aparições de Nossa Senhora de Fátima, a Irmã Lúcia tem insistido que a Rússia deve ser mencionada especificamente.
Por exemplo, em uma entrevista em 1978 ao seu confidente, o Padre Umberto Pasquale, e em uma carta ao Padre Pasquale em 1980, perguntaram à Irmã Lúcia: “Nossa Senhora tem falado alguma vez sobre a consagração do mundo?” Durante a entrevista, a Irmã Lúcia respondeu: “Não, Padre Umberto! Nunca! Na Cova da Iria em 1917 Nossa Senhora prometeu: “Virei pedir a consagração da Rússia ...” Em 1929 em Tuy, como tinha prometido, Nossa Senhora veio dizer-me que tinha chegado o momento para pedir ao Santo Padre a consagração daquele país.”
E na carta de 1980 (datada o 13 de abril do mesmo ano), a Irmã Lúcia confirmou o que disse na entrevista, escrevendo com sua própria mão que “Nossa Senhora de Fátima, em Seu pedido, se referiu só à consagração da Rússia.” Ambas entrevistas de 1978 e a carta de 1980 (reproduzidas fotograficamente) foram publicadas na edição Italiana de L’Osservatore Romano do dia 12 de maio de 1982.
Não nos diz, evidentemente, que se Nossa Senhora de Fátima pediu a consagração da Rússia, então a Rússia tem que ser pelo menos mencionada no ato da consagração? Também podemos perguntar razoavelmente, que razão possível há para não proferir uma palavra simples — Rússia — no ato de consagrar a Rússia. Jamais explicação alguma tem sido dada, por esta omissão misteriosa nas consagrações tentadas de 1982 e 1984.
9.) Contudo, com "a queda do Comunismo" depois da cerimônia da consagração de 1984, não demonstra que a Rússia tenha iniciado um caminho de conversão e que a consagração deva ter sido efetiva, apesar da falta de mencionar a Rússia?
R: Não. Em 1997 a Rússia decretou uma legislação que discrimina a Igreja Católica, em favor da igreja ortodoxa russa, do judaísmo, islamismo, e budismo. As paróquias Católicas têm que pedir anualmente uma “permissão” que pode ser revocada à vontade de qualquer funcionário local, entretanto aos sacerdotes e às freiras só lhes dão o visto por 3 meses, que não pode ser renovado. O Vaticano tem condenado esta lei nova, como um grande retrocesso para a Igreja Católica na Rússia.
Hoje em dia, há na Rússia uns 300.000 Católicos — menos do que havia em 1917, o mesmo ano que Nossa Senhora veio a Fátima e prometeu a conversão final da Rússia, que ainda deve ocorrer. A revolução Russa, a qual tem sido exportada em várias formas a outras nações, confirma a profecia de Nossa Senhora de que a Rússia espalhará seus erros pelo mundo inteiro. Atualmente os muçulmanos excedem em número aos Católicos na Rússia, em uma proporção de dez por um. Compare isto com o milagre verdadeiro de conversão que ocorreu depois das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, no século dezesseis: no espaço de 9 anos, perto de 9 milhões de astecas deixaram de adorar ao demônio e o sacrifício humano e foram convertidos e batizados na Fé Católica. Contudo, na Rússia hoje em dia, depois de mais de 14 anos da suposta “consagração” de 1984, de uma forma escassa vemos um número irrisório de pessoas que se convertem e em geral há menos Católicos russos dos que haviam, faz 80 anos!
Até o patriarca Alexis II, dos ortodoxos russos, publicamente admitiu no dia 24 de dezembro de 1998, que desde a suposta “queda do Comunismo” na Rússia, a cultura cristã “não só está sendo relegada à escuridão e ao esquecimento, como também é objeto de brincadeira e ridicularizada (...) como algo extinto e inútil.” Alexis também denunciou o “Ressurgir do neo-paganismo (...) de seitas totalitárias, praticantes da magia negra, astrólogos, e ocultistas” na Rússia “pós-comunista.”
Entretanto, Boris Yeltsin foi forçado a ceder o poder ao parlamento russo dominado pelos comunistas. Seu primeiro ministro novo, o antigo chefe da espantosa KGB, tem posto os comunistas no controle de toda a economia Russa, produzindo o que o periódico liberal New York Times tem chamado “uma troca à esquerda” e o retorno ao governo de estilo soviético.
O mais notável de tudo: Desde a “consagração” de 1984, mais de 600 milhões de crianças foram mortas nos ventres, pelo mundo inteiro — incluindo a Rússia, onde começou o aborto legalizado. A guerra contra os que estão por nascer, é a maior guerra na história do mundo. Deste modo, deve ser óbvio a qualquer um que o período de paz prometido por Nossa Senhora, se a Rússia fosse propriamente consagrada, ainda não se verificou. A conversão da Rússia prometida por Nossa Senhora de Fátima simplesmente não se tornou realidade. Isto só pode significar que a consagração não foi feita, porque as promessas de Nossa Senhora não podem ser falsas.
10.) Então não é tarde demais para a consagração de Rússia, dado que os erros da Rússia já se difundiram pelo mundo?
R: Não! Como Nosso Senhor Mesmo confiou à Irmã Lúcia em Rianjo em agosto de 1931: “Não querem fazer caso do Meu pedido! (...) Como o Rei da França, se arrependerão, e o farão, mas será tarde. A Rússia já terá difundido seus erros pelo mundo (...)”
A consagração finalmente se fará e, como Nossa Senhora prometeu em Fátima, “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.” Nosso Senhor Mesmo confiou à Irmã Lúcia, referente à consagração, que “Nunca será tarde para recorrer a Jesus e à Maria.”
11.) O que é tão urgente sobre a consagração agora?
R: Como Nossa Senhora advertiu em Fátima: “Se não atenderem a Meus pedidos, a Rússia espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas.”
Ainda não temos visto a aniquilação das nações predita em Fátima. Temos que esperar até que aconteça isto, a fim de fazermos exatamente o que Nossa Senhora nos mandou fazer em nome de Deus? Em vista da decadência acelerada da moralidade e a desintegração do ordem social no mundo, a simples prudência deve dizer-nos que não podemos retardar nem um momento mais a consagração da Rússia e só a Rússia, ao Imaculado Coração de Maria.
12.) Porém, se o Papa acredita que fez a consagração, que direito tem alguém de perguntar-lhe?
R: O Papa nunca declarou publicamente a todos os membros da Igreja que fez a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Pelo contrário, as palavras do Papa como são citadas no L’Osservatore Romano, demostram que ele sabe que a consagração ainda tem que ser feita. Em vista disto, os fiéis têm todo direito de suplicar ao Papa pela consagração definitiva da Rússia. Em verdade, o direito dado por Deus aos fiéis para pedir ao Pontífice Supremo em assuntos que afetam o bem da Igreja, foi definido como doutrina católica por dois concílios ecumênicos: O Segundo Concilio de León (1274) e o Vaticano I (1870), e também é garantido pelo Código novo da Lei Canônica (Canon 212).
O bem-estar da Igreja e a segurança do mundo inteiro pedem duma certeza absoluta, para que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima sejam cumpridos. O problema só será resolvido quando a consagração definitiva for feita, e quando o Papa declarar de uma maneira oficial e definitiva à Igreja inteira, de que já fez a consagração de uma maneira suficiente para satisfazer aos pedidos de Nossa Senhora. Nem um nem outro desses acontecimentos têm se verificado e por isto o problema fica aberto à discussão livre e às súplicas dos fiéis, que têm todo o direito de tratar de um assunto de tanta importância para a Igreja e para o mundo.
A Irmã Lúcia explicou por várias vezes: “Nossa Senhora de Fátima NÃO pediu a consagração do mundo, mas sim a Consagração da RÚSSIA.”
Por que é que Jesus quer a Consagração da RÚSSIA A Irmã Lúcia perguntou a Jesus por que razão Ele não convertia a Rússia, a não ser por meio da Consagração específica da Rússia. Jesus respondeu: “Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração.” A única maneira de converter a Rússia é esta: que o Papa e os Bispos, no mesmo dia, ao mesmo tempo, pronunciem juntos, solene e publicamente, o ato de Consagração da Rússia, especificamente nomeada, ao Imaculado Coração de Maria. Só então o mundo terá Paz. A alternativa de não obedecer á ordem da Rainha do Céu é que “várias nações serão aniquiladas” e as nações sobreviventes serão escravizadas.
Reproduzimos aqui testemunhos de várias entrevistas pessoais com a Irmã Lúcia ao longo de muitos anos, em que ela frisa este ponto repetidas vezes:
- Em Our Lady of Fatima (1947), pág. 226, o Professor William Thomas Walsh relata: “Lúcia explicou claramente que Nossa Senhora não pediu a consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração. O que Ela pediu especificamente foi a consagração da Rússia.”;
- No livro Vision of Fatima, 1949, pág. 80, o Padre Thomas McGlynn referisse ao fato de a Irmã Lúcia fazer questão em corrigir ‘consagração do mundo’ para ‘consagração da Rússia’. “Não!,” disse a Irmã Lúcia. “O mundo não! A Rússia, a Rússia!”;
- No livro Il Pellegrinaggio delle Meraviglie, publicado sob os auspícios do Episcopado italiano (Roma, 1960, pág. 440), conta-se uma revelação pouco conhecida de Nossa Senhora de Fátima à Irmã Lúcia. A Virgem Maria apareceu à Irmã Lúcia em Maio de 1952 e disse: “Faz saber ao Santo Padre que continuo à espera da Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração. Sem a Consagração, a Rússia não poderá convertesse, nem o mundo terá paz.”;
- O Padre Umberto Maria Pasquale, S.D.B., conhecia a Irmã Lúcia desde 1939. Até 1982, tinha recebido 157 cartas dela. Em 12 de Maio de 1982, o Padre Umberto escreveu em L’Osservatore Romano (o jornal oficial do Vaticano) que Nossa Senhora de Fátima nunca pedira a consagração do mundo, mas apenas a da Rússia;
- Em 5 de Agosto de 1978, perguntou-lhe em pessoa: “Nossa Senhora alguma vez lhe falou da consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração? E a Irmã Lúcia respondeu: “NÃO, Senhor Padre Umberto, NUNCA! Na Cova da Iria em 1917, Nossa Senhora prometeu: ‘Virei pedir a Consagração da Rússia...’”;
- O Padre Umberto, desejando uma resposta escrita á sua pergunta, escreveu uma carta à Irmã Lúcia. Em 13 de Abril de 1980, a Irmã Lúcia respondeu-lhe: “Respondendo à sua pergunta esclareço: Nossa Senhora, em Fátima, no Seu pedido, só se referiu à Consagração da Rússia...”;
- O Padre Manuel Rocha, português de origem, foi o tradutor dado ao Professor Walsh para a entrevista acima citada. Refere-se a um pormenor que torna ainda mais claro que estamos todos em risco se a Consagração da Rússia não for feita a tempo. Em continuação do que o Sr. Walsh disse acima, citamos: “Mas ela (a Irmã Lúcia) disse mais que uma vez, e com ênfase deliberado: ‘O que Nossa Senhora quer é que o Papa e todos os Bispos do mundo consagrem a Rússia ao Seu Imaculado Coração num dia especial. Se isto se fizer, Ela converterá a Rússia e haverá paz. Se não se fizer, os erros da Rússia espalhar-se-ão por todos os países do mundo.’” (Professor Walsh) “Quer isto dizer, na sua opinião, que todos os países, sem excepção, serão vencidos pelo Comunismo?” (a Irmã Lúcia:) “SIM!” (Our Lady of Fatima, 1947, pág. 226). O Padre Rocha testemunhou que o Sr. Walsh queria ter a certeza quanto à resposta da Irmã Lúcia e repetiu a pergunta, acrescentando: “quer dizer, os Estados Unidos da América também?” A Irmã Lúcia respondeu novamente: “SIM”! (Isto encontra-se no livro The Wonders She Performs, 1986, pág. 160.).
AS CONDIÇÕES PARA A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
(por GREGORIUS D. HESSE):
1. INTRODUÇÃO:
Ouvimos dizer, já há algum tempo, que o Papa iria consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria no próximo dia 8 de Outubro. Escrevo este artigo em Setembro, não para predizer as ações do Papa em Outubro (não sou nenhum profeta), mas para delinear as condições necessárias para uma consagração correspondendo aos pedidos de Nossa Senhora e as possibilidades do que possa vir a acontecer. Vários fatos que irão ser mencionados já foram amplamente discutidos em números anteriores de The Fatima Crusader, e por isso farei por evitar repetições desnecessárias.
Escrevo este artigo na minha qualidade de teólogo e canonista, mas, com toda a franqueza, devo sublinhar o fato de que, como a mensagem de Fátima é uma das mais claras que já se viram, para muitas das minhas conclusões não é preciso um conhecimento de Teologia, mas simplesmente o senso comum que Deus nos deu, e que, segundo o escritor inglês G.K. Chesterton, era o método de S. Tomás de Aquino. Na verdade, pouco mais é preciso do que senso comum para perceber o que está por detrás das mentiras impertinentes e um pouco disparatadas e dos truques do Vaticano na sua conspiração para silenciar Nossa Senhora.
2. OS PEDIDOS DE NOSSA SENHORA:
Em 13 de Junho de 1929, estando a Irmã Lúcia a viver em Tuy, na Espanha, Nossa Senhora pediu a Consagração da Rússia com as seguintes palavras, que a Irmã Lúcia escreveu:
“É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração.” (Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, vol. II, p. 555).
Como já disse, é uma mensagem muito clara que quase não deixa margem para uma interpretação. Por isso, o próximo capítulo será antes uma explicação.
Não vou gastar tempo e espaço com uma eventual discussão sobre a autenticidade do pedido de Nossa Senhora, embora ela tenha sido recentemente posta em causa por alguém que acha que só os acontecimentos de 1917 receberam a aprovação da Igreja, e não os que tiveram lugar depois.
O absurdo desta posição pode ver-se facilmente pelo fato de nenhum Papa, depois de 1929, ter considerado, por pouco que fosse, a possibilidade de que os acontecimentos posteriores a 1917 não fossem autênticos. Suspeitas deste gênero até revelam muito pouco respeito por Nossa Senhora: a própria Irmã Lúcia confirmou repetidamente os fatos posteriores a 1917. Ou eles são autênticos ou ela está incapacitada mentalmente, ou é uma mentirosa, e nesse caso poderíamos perguntar porque é que Nossa Senhora não tinha sido informada por Deus acerca deste aspecto do futuro (...)
Muitos números anteriores de The Fatima Crusader refutaram este gênero de dúvidas e apresentaram provas suficientes da autenticidade das mensagens que foram recebidas e reveladas depois de 1917.
3. O SIGNIFICADO EXATO DAS PALAVRAS DE NOSSA SENHORA:
A.) A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
Num número anterior de The Fatima Crusader demonstrei que uma consagração nunca é genérica ou casual. Escrevi então:
Qualquer consagração é específica. Assim como não é suficiente consagrar o mundo no seu todo, para que a Rússia, a Áustria ou qualquer outro país seja consagrado, não basta consagrar o povo de Israel, nem mesmo consagrar os Levitas; o indivíduo tem de ser consagrado pelo seu nome, como podemos ver pelo exemplo de Aarão: "Diz a todos os homens sábios de coração, a quem Eu dei sabedoria nestes assuntos, que façam vestes para Aarão, para a sua consagração, para que Ele me possa servir como sacerdote... Ficará sobre a fronte de Aarão, e ele levará todas as iniquidades cometidas pelos filhos de Israel em todas as suas oblações e nos dons que oferecerem e consagrarem. E estará continuamente sobre a fronte Aarão para que sejam aceitáveis perante o Senhor... Depois de impores estas vestes a Aarão e aos seus filhos, unge-os e ordena-os. Consagra-os para que Me sirvam como sacerdotes”. (Ex. 28:3,38,41)
Esta é uma das razões porque não basta consagrar o mundo, que inclui muitos países e não só um.
Há mais que devemos considerar:
Como uma consagração deve ser específica, também deve ser individual. No batismo, que é a primeira consagração de um Cristão, a criança tem de ser batizada individualmente. Até nos velhos tempos, quando os missionários ainda tinham muitas conversões para fazer (em vez de louvar os "méritos" das outras religiões), não bastava batizar uma aldeia! Nem sequer bastava batizar cada indivíduo; tinha de se lhe dar um nome. Acontece o mesmo na Confirmação, em que recebemos outro nome. O casamento é inválido se um dos cônjuges tiver dúvidas sobre a identidade do outro. No Sacramento da Orde, cada candidato é apresentado pelo seu nome, tal como sucedeu com Aarão.
Durante a Antiguidade, acreditava-se na importância dos nomes. Não se preocupavam muito se a "sede da alma" era o coração, o cérebro ou o rim esquerdo, mas preocupavam-se com o nome: o nome de uma pessoa - de certa maneira, segundo os antigos - ERA a sua alma.
Quando, no antigo Egito, se decidia eliminar o nome de uma pessoa, era coisa pior do que a morte. Quando o Faraó Amenófis IV (Amenhotep IV, 1352-1336 B.C.) decidiu mudar o sistema religioso do Egito, mudou o próprio nome de "Amenhotep" (Amun está satisfeito) para Echnaton (Akhenaten = Aten é a Vida, ou a Glória do Disco Solar) para significar a mudança na sua alma. Quando ele morreu e o Egito voltou ao sistema antigo, a múmia desapareceu juntamente com o seu nome, porque eliminar o nome era eliminar a pessoa.
A Sagrada Escritura realça a importância dos nomes, tal como Cristo fez. Quando Simão, filho de Jonas, se tornou o Seu Vigário, mudou o nome para to Kephas, Petrus, a Pedra sobre a qual foi construída a Igreja (Cf. Mt. 16:17ff.). A Igreja celebra o Santíssimo Nome de Jesus (2 de Janeiro, ou o Domingo antes da Epifania) e o Santíssimo Nome de Maria (12 de Setembro), que comemora a vitória de Nossa Senhora contra os Turcos em 1683.
Mas é o Nome de Deus que é sagrado acima de todos. Embora a veneração católica dos Santíssimos Nomes não tivesse uma tradição vinda do tempo dos Apóstolos, sendo de origem mais recente (Séculos XVI e XVII), desde que Deus apareceu a Moisés, o Seu Nome é Muito Santo: Ele responde à pergunta de Moisés sobre a Sua identidade com as palavras: EGO SUM QUI SUM (Eu Sou Quem Sou; Ex. 3:14). Desde essa altura, pronunciar este Nome em vão passou a ser passível de morte, e por isso, na sua cegueira, os judeus e os fariseus apanharam pedras para lançar a Jesus, quando Ele disse: Antequam Abraham fleret, EGO SUM (Antes de Abraão existir, Eu sou; Jo. 8:58). Não é ousado nem temerário dizer que a palavra "Deus" é apenas uma descrição. O EGO SUM é realmente ELE, Que, na Sua Simplicidade infinita e perfeita, "não pode" dizer senão "EU SOU."
Mas estas considerações poderão aplicar-se a um país?
No Egito da Antiguidade, qualquer nome era importante. No chamado pergaminho menfita, copiado na pedra de Shabaqo, o deus Ptah cria tudo no universo, pronunciando cada nome. Quando Ramsés II (1279-1213 A.C.) aumentou uma velha aldeia para se tornar a sua cidade de residência, chamou-lhe Pi-Ramesse, a Sede de Ramsés, para que a santidade do seu nome protegesse a cidade.
O nome Israel significa: Lutar por Deus. O nome do país é sagrado! Para os Católicos, Roma significa (ou significava) a Cidade Santa, e nome de "Roma" significa muito mais do que uma aglomeração barulhenta e movimentada de casas e ruas cheias de italianos.
Finalmente, devemos lembrar-nos de que Nossa Senhora mencionou o Anjo da Guarda de Portugal!
Tudo isto nos mostra claramente que um país - por mais flexíveis que sejam as suas fronteiras políticas - pode considerar-se individual. A Suíça tem quatro línguas oficiais, não contando com os dialectos locais, e nem por isso deixa de ser um país individual.
E é também um individual que Nossa Senhora deseja explicitamente que seja consagrado, porque mencionou a Rússia várias vezes, além do desejo da consagração.
A Irmã Lúcia de Fátima disse em 1957 ao Padre Fuentes:
"Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que [...] a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo [pelas seus pecados], se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação" (cf. The Fatima Crusader Nº 63).
A Rússia é o instrumento de castigo do mundo, não é o mundo que se castiga a si próprio; portanto, é a Rússia que deve ser consagrada.
Deve notar-se que Nossa Senhora falou explicitamente da "Rússia" na altura em que o seu nome oficial era: SSSR (Soyuz Sovietskikh Sotsialistitsheskikh Respublik = União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), obviamente referindo-se ao nome do país, não à opressão comunista de (oficialmente) 22 repúblicas.
Mesmo se não pudéssemos estabelecer a importância dos nomes, e também dos nomes dos países, teríamos ainda que considerar a virtude da obediência.
Nossa Senhora nomeou explicitamente a Rússia. Não falou do mundo, ou do mundo incluindo a Rússia, mas apenas da Rússia. Seria demasiado audacioso dizer que, até agora, Nossa Senhora não foi levada muito a sério?
Nenhum indivíduo pode julgar ou dar ordens ao Papa, mas isto não quer dizer que ele deixe de estar obrigado a obedecer a Cristo, à tradição, à vontade manifesta de Cristo - e ao senso comum... Com o devido respeito, é preciso sublinhar que o Papa não é o Chefe da Igreja, mas o Vigário de Cristo na terra. Não é o Presidente, mas sim o Vice-Presidente.
B.) A CONSAGRAÇÃO EM UNIÃO COM OS BISPOS
Já discutimos a conveniência teológica de uma consagração em união com todos os Bispos (cf. The Fatima Crusader Nº 63, pp. 56-57).
Vamos agora examinar as consequências práticas do pedido de Nossa Senhora ao Papa e aos Bispos.
Como dissemos, Nossa Senhora pediu a Consagração da Rússia da seguinte maneira, conforme escreveu a Irmã Lúcia:
“É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração” (Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, vol. II, p. 555).
Não pode haver dúvidas de que as palavras "em união com todos os Bispos do mundo" implicam que o acto deve ser feito por todos ao mesmo tempo. Falta apenas um pormenor, o do tempo: É evidente que teria de ser feito no mesmo dia - digamos, Domingo, 8 de Outubro do ano 2000, o último ano do século.
A expressão "todos os Bispos" deve também ser explicada segundo o Código de Direito Canónico (1983), (...) Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos por instituição divina; são constituídos pastores na Igreja, para serem mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros de governação (Cân. 375, § 1). Pelo facto da sua consagração episcopal, os Bispos recebem também, com a função de santificar, as funções de ensinar e de governar... (Cân. 375, § 2). Os Bispos chamam-se diocesanos quando lhes foi entregue o cuidado de uma diocese; todos os outros chamam-se titulares (Cân. 376).
O Cânone 375, no segundo parágrafo, não é muito claro com respeito ao poder de "governar," recebido "pelo facto da sua consagração episcopal." Isto é impossível.
Segundo o Cân. 382, § 1, um Bispo "não pode exercer o cargo que lhe foi confiado sem primeiro tomar posse canônica da diocese." Os Bispos titulares, cuja “diocese” é geralmente um monte de ruínas no deserto, ou coisa semelhante, "pelo fato da sua consagração" não exercem a "função de governo", segundo o Cânone 967, § 1, com a exceção de poderem ouvir a Confissão universalmente, faculdade esta que pode ser limitada segundo o mesmo Cânone. Qualquer Vigário Geral tem mais jurisdição em virtude da lei do que um Bispo titular (cf. cc. 475ff.).
Como acontece com tantos non sequitur no Novo Código de Direito Canônico, temos de consultar o Código de 1917:
Segundo o Cân. 329, o Bispo governa uma Igreja particular (ecclesia pecularia), enquanto que o Cân. 348 nega jurisdição ao Bispo titular. Os outros Cânones relevantes (cc. 329; 350-355; 948ff.) também não mencionam quaisquer poderes de governação.
Então os Bispo titulares não serão autênticos Bispos? No sentido sacramental, são certamente Bispos; mas, quando à sua jurisdição, não são Bispos no sentido linguístico estrito: "o Bispo da sua diocese." São apenas auxiliares na jurisdição do Bispo da diocese.
O pedido de união com TODOS os Bispos não parece ser muito claro:
A Irmã Lúcia apresentou as condições que era necessário cumprir para fazer de forma válida a Consagração da Rússia segundo Nossa Senhora pediu em Tuy:
A Rússia deve ser claramente indicada como objeto da consagração;
Cada Bispo deve fazer uma cerimônia pública e solene na sua catedral. (cf. The Fatima Crusader Nº 63).
O que quer isto dizer? Só um Bispo diocesano possui uma catedral. Por conseguinte, considero possível que se cumpriria o pedido se apenas os Bispos diocesanos, e só eles, se unissem à consagração. Mas nesta época de concelebrações, talvez fosse conveniente, so o ponto de vista teológico, que os Bispos auxiliares se juntassem aos seus Ordinários diocesanos para que o colégio episcopal consagrasse a Rússia na sua plenitude.
Resta outra pergunta. Como é que o Papa poderia levar os Bispos a fazer esta consagração? A pergunta pode ser difícil de responder na vida política, mas sob o ponto de vista da fé e dos costumes é bem simples.
O Papa detém a primazia, não só em assuntos de fé e de moral, mas também da disciplina e governo da Igreja (DS 3060, Cân. 331). Segundo o Cân. 333, § 1, (1983) este poder estende-se "sobre todas as Igrejas particulares e agrupamentos de Igrejas”, e ele tem o "direito, segundo as necessidades da Igreja, de determinar o modo de exercer esta função, tanto pessoal como colegial" (Cân. 333, § 2). Não há apelo nem recurso contra uma decisão ou decreto do Pontífice Romano” (Cân. 333, § 3). Todos os Bispos, mesmo os diocesanos, estão sujeitos a esta autoridade, se reservada (cf. Cân. 381). "A Igreja tem o direito inato e correto de coagir os membros dos fiéis cristãos, por via de sanções penais " (Cân. 1311). O legislador supremo e juiz da Igreja pode dar ordens aos Bispos por um decreto, sob pena de se aplicar a sanção automática "contra certos delitos particularmente traiçoeiros que podem resultar num escândalo mais sério ou não podem ser castigados devidamente por meio de sanções aplicadas" (Cân. 1318). Se um Bispo ignora culpavelmente (Cân. 1321) "preceitos legítimos... da Sé Apostólica" (Cân. 1371) E ameaça, a “penalidade justa" (Cân. 1371) pode ser ainda mais severa (Cân. 1326).
Falando claro: O Papa pode e deve ordenar os Bispos a que se unam a ele na consagração, sob pena de uma sanção justa, como, por exemplo, a suspensão do seu cargo se o não quiserem fazer. Só assim se cumpriria o pedido de Nossa Senhora: a Irmã Lúcia mencionou que "muitos Bispos não deram importância a este ato” (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Mas DARÃO importância a este ato sob a ameaça de perderem a sua posição, o bispado, honras, vencimento e confortos, se não estiverem interessados no destino das suas almas. Só assim é que TODOS os Bispos ser uniriam à consagração, como os que não cessaram de ser Bispos. (Isto é mais uma indicação de que, provavelmente, as palavras de Nossa Senhora se referem apenas aos Ordinários locais, porque podem perder os seus cargos, mas nunca a sua consagração).
Portanto:
O Papa deve ordenar e requerer a cada Bispo em união com ele que consagre pública e solenemente a Rússia (e só a Rússia) pelo nome ao Imaculado Coração de Maria, na sua catedral respectiva, no mesmo dia marcado e à mesma hora marcada, e que se faça esta consagração sob pena de suspensão imediata e automática (Latae Sententiae) se a execução desta ordem e pedido for deficiente.
Quando recordo que o Padre Gruner foi ameaçado de excomunhão por pregar a mensagem de Nossa Senhora e por afirmar os seus direitos canonicamente garantidos, creio que a penalidade de suspensão, acima indicada, até é demasiado branda, mas poderá servir para o efeito prático.
4. OS PEDIDOS DE NOSSA SENHORA FORAM ATENDIDOS?
A resposta é definitivamente negativa. De entre as centenas de citações em números anteriores de The Fatima Crusader que respondem a esta pergunta, bastará recordar três:
O Padre Gruner disse:
“O Papa consagrou o mundo várias vezes. Fê-lo em 7 de Junho de 1981. Tornou depois a fazê-lo com muito mais cerimônia... perante um milhão de pessoas em 13 de Maio de 1982. E novamente em 25 de Março de 1984. Consagrou o mundo todas estas vezes, mas nunca consagrou a Rússia da maneira pedida por Nossa Senhora de Fátima”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Na mesma entrevista, o Padre Gruner disse:
“...depois de consagrar o mundo em 25 de Março de 1984, o Papa João Paulo II reconheceu, perante cerca de 250.000 pessoas na Praça de S. Pedro, que não tinha feito o que Nossa Senhora de Fátima pedira. Disse: ‘Iluminai especialmente os países de que esperais a nossa consagração e entrega.’ E disse isso depois de ter feito a consagração do mundo. Portanto, sabe que não cumpriu o que Nossa Senhora de Fátima pediu”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Citando a Irmã Lúcia, o Padre Paul Kramer disse:
“Eis o que a Irmã Lúcia realmente disse depois da consagração do mundo de 25 de Março de 1984. Em 20 de Julho de 1987, a Irmã Lúcia declarou a Enrique Romero,. numa entrevista depois publicada, que a Consagração da Rússia pedida por Nossa Senhora de Fátima ainda não fora feita. Numa entrevista publicada no número de Setembro de 1985 do Sol de Fátima, perguntaram à Irmã Lúcia se o Papa tinha cumprido o pedido feito por Nossa Senhora em Tuy quando consagrou o mundo em 25 de Março de 1984. A Irmã Lúcia respondeu: ‘Não houve a participação de todos os Bispos, e não houve uma menção da Rússia.’ O entrevistador perguntou então: ‘Portanto, a consagração não foi feita como Nossa Senhora pediu?’ A Irmã Lúcia respondeu: ‘Não. Muitos Bispos não deram importância a este ato’”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Isto responde amplamente à pergunta e, infelizmente, com a negativa.
Já foi levantada a questão de se seria heresia dizer que as pequenas alterações que ocorreram desde 1989 se poderiam ver como uma vitória de Nossa Senhora. Eu respondo: não é heresia, é simplesmente uma fantasia, uma coisa disparatada, ou o nome que se lhe quiser dar. Teologicamente não pode ser heresia, visto não se tratar de matéria de fé.
Política e historicamente, é evidente que é absurdo. Filosoficamente é um disparate, e o senso comum condenará este erro como uma loucura. É por demais óbvio que todas as promessas para uma eventual consagração ainda não se cumpriram. O Padre Paul Kramer escreveu 12 artigos sobre este tema (cf. The Fatima Crusader Nº 64), pelo que não é preciso acrescentar mais.
5. COMO INTERPRETAR O 8 DE OUTUBRO:
Há várias possibilidades:
O Papa não faz menção específica da Rússia, como Nossa Senhora pediu: Neste caso, falta mais uma vez uma das condições principais e a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, mas não em união com os Bispos: Neste caso, não foi respeitada outra das condições principais e a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, mas não em união com todos os Bispos diocesanos: Neste caso, como é condição principal que todos os Bispos se lhe unam, a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, em união com todos os Bispos diocesanos, sob pena de suspensão dos seus cargos, mas vários Bispos auxiliares recusam: Não vejo como isto possa invalidar a Consagração, e considero-a como FEITA;
O Papa menciona a Rússia em união com todos os Bispos, mesmo se tal se conseguir apenas sob coação: considero-a FEITA, porque fizeram um ato público, embora fosse apenas sob coação.
O Papa menciona a Rússia e todos os Bispos se lhe unem de todo o coração: ...bem, sonhar não custa ...
6. CONCLUSÃO:
Hoje é a festa do Arcanjo S. Miguel, e não sei o que acontecerá em 8 de Outubro, mas tenho um forte pressentimento. Não me critiquem por me ter tornado um pouco pessimista, à luz das últimas décadas da história da Igreja: creio firmemente que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima NÃO serão atendidos em 8 de Outubro. Fico a rezar para que, na altura em que lerem este artigo, me tenha enganado, e celebraria de boa vontade um TE DEUM público neste caso, mas nem por um minuto acredito que tal aconteça.
Os fatos esclarecer-nos-ão, mas que havemos de fazer se tiver razão?
Nossa Senhora indica-nos o caminho correto:
PRIMEIRO, e sobretudo (!), não devemos sequer discutir Fátima se - por negligência - ainda não cumprimos os Cinco Primeiros Sábados de Reparação;
SEGUNDO, seria bom cumprir os Cinco Primeiros Sábados mas uma vez: a) para agradar a Nossa Senhora, b) por uma questão de segurança;
TERCEIRO, devemos levar outras pessoas a cumprir os Cinco Primeiros Sábados e ajudá-las em especial na maior das dificuldades: encontrar um sacerdote verdadeiramente Católico para a Confissão e Missa (e/ou Comunhão);
QUARTO, devemos fazer a nossa Oferta diária ao Sagrado Coração e ao Imaculado Coração com intenção de Reparação;
QUINTO, devemos manter-nos muito fiéis ao Santo Rosário, que é a forma de rezar mais importante, tirando a Santa Missa;
SEXTO, devemos pregar esta devoção de forma católica: firme mas nunca incomodando;
SÉTIMO, devemos apoiar de boa vontade e ativamente quem pregar e difundir a mensagem de Nossa Senhora.
Pouco mais podemos fazer, mas cada vez mais pessoas o farão, à medida que nos aproximamos do Triunfo do Imaculado Coração, Que no Dia do Juízo se lembrará de todos quantos O ajudaram.
O PLANO DE NOSSA SENHORA PARA A PAZ:
Um dos temas principais da Mensagem de Fátima é o estabelecimento da paz em todo o mundo. A Mãe de Deus apresentou ao mundo em Fátima as condições necessárias para a paz. São elas a prática generalizada da devoção dos Primeiros Sábados de Reparação ao Imaculado Coração de Maria, e a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração pelo Papa em união com todos os Bispos católicos. Nossa Senhora disse em Fátima aos três pastorinhos: "Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas." A Irmã Lúcia sobre o castigo Em 1946, o Professor William Thomas Walsh perguntou à Irmã Lúcia, última sobrevivente dos videntes de Fátima, a respeito da difusão dos erros da Rússia: "Quer isto dizer, na sua opinião, que todos os países, sem exceção, serão vencidos pelo Comunismo?" "Sim," respondeu a Irmã Lúcia.1 (Cf. "A declaração da Irmã Lúcia ao Professor Walsh".) "Quer dizer, os Estados Unidos da América também?" perguntou o Professor Walsh. E a Irmã Lúcia respondeu: "Sim."2 (Cf. “Depoimento do Padre Manuel Rocha, tradutor do Professor Walsh”.) Em 1957 a Irmã Lúcia disse ao Padre Agustín Fuentes: Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que muitas nações desaparecerão da face da terra. Disse que a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo, se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação. …3 (Cf. “Testemunhos publicados: O Padre Fuentes (1957)”.) É evidente que, ou a Rússia é consagrada a tempo, como Deus e a Santíssima Virgem pediram, e haverá paz; ou então veremos que se cumprirão todos os terríveis castigos que Nossa Senhora nos disse que iriam acontecer: guerra, fome, perseguição da Igreja e do Santo Padre, a aniquilação de várias nações e a sujeição das nações que não forem aniquiladas. Só a conversão da Rússia pode fazer terminar os castigos que já nos atormentam e impedir os que nos aguardam no futuro. A Irmã Lúcia avisou que a Rússia seria usada por Deus para punir o mundo inteiro, "se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação." Precisamos da conversão da Rússia, mas Deus determinou que esta conversão só acontecerá através de um único meio: a Consagração solene da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. O fim dos castigos e a paz do mundo dependem, pois, deste ato.
FONTES:
http://www.fatima.org/port/consecrussia/annihilation.pdf
http://www.fatima.org/port/apostolate/p12quest.asp
http://www.fatima.org/port/consecrussia/lf173p.pdf
http://fatima.org/port/consecrussia/pfrhess.asp
http://www.fatima.org/port/consecrussia/peacedepends.pdf